Texto de: Rafael Carneiro Rocha
Num janeiro caloroso da Secretaria da Fazenda, eu conversava com alguns colegas da minha faixa etária, pessoas de vinte e muitos e trinta e poucos anos. Em comum, o fato de ninguém ter filhos, mas em comum também o fato de todos terem um sobrinhozinho para dizer que é lindo. Falávamos sobre as infantilidades engraçadas e as proezas dos pequenos. Os jovens tios são sempre entusiasmados.
Eu papariquei o meu afilhado de um ano e quatro meses. Eu disse com razão que ele já fala muitas palavras e reconhece vários bichos. De fato, a evolução é constante a cada semana. Se naquele janeiro, meu afilhado sabia de au-aus, sapos e cocós; hoje, ele já sabe que eu sou o “Afa”. Ver uma criança tão pequena te chamar pelo nome é fantástico.
O divertido de ser um padrinho ou um tio jovem é que você tem o devido vigor para ser um brincalhão à disposição. Teoricamente, não é necessário educar como um pai ou se preocupar como uma avó. Você pode ser inteiramente moleque, como a própria criança. Como é bom correr atrás do meu afilhado e subi-lo com os braços repetidas vezes. Os seus cabelos caídos de cabeça pra baixo e o sorriso dos primeiros dentes parecem ser as imagens mais bonitas da natureza.
Dia desses, o Ricardinho nos visitou. O bebê é fissurado por bolas de futebol e eu comecei a jogar com ele na própria sala da minha casa. Vê-lo aguardar com êxtase um passe de bola e gritar gol a qualquer chute nosso me fez perceber como a presença de uma criança faz a melhor das revoluções no espírito de uma casa. Até a minha mãe, que teria todos os motivos para se preocupar com um jogo de futebol improvisado numa sala cheia de artefatos, não resistiu e pediu que eu pegasse a câmera de vídeo para registrarmos tudo aquilo.
Há graciosidades muito próprias em ser tio. A criança é um novo amigo e todas as brincadeiras sinalizam para a beleza da vida. E, após o cansaço de tantas atenções dirigidas para o bebê, surge uma noção exata dos desafios da paternidade. Criança é bom e dá muito trabalho. Mas é o melhor trabalho do mundo.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
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5 comentários:
Quando crescem, os trabalhos mudam. São ainda muito interessantes mas de outra forma. Esta semana tive o prazer de fotografar os quadros do namorado de minha afilhada. Depois, meu filho ajeitou no Photoshop. Assim a família passou junto o dia de domingo, todos engajados numa atividade super-legal.
Que texto legal! Tenho trinta e poucos anos e três filhos pequenos(e esperando o quarto)! Tenho mais três irmãos, dois cunhados e dois con-cunhados que não têm filhos ainda. Vejo que eles curtem seus sobrinhos exatamente do jeito que você descreveu!!!
Sempre quando chego com meus pequenos nas reuniões de família, os grandes viram crianças, "babam" à beça e tudo fica mais divertido!!!
Como é bom ter crianças na família!
Fernanda
Rafael,
excelente artigo!!!! Realmente ser tia e ser madrinha é maravilhoso!!! Falo por experiência própria, pois recentemente fui premiada com este título! Espero que os padrinhos e madrinhas recordem o verdadeiro sentido de tal função,que é de fazer as vezes dos pais, dando bons exemplos de virtudes a esses pequenos. E mimá-los um pouquinho também...
Stella, realmente deve ter sido um domingo bem agradável. Falando nisso, a Liana poderia publicar aqui algumas fotos suas, não?
Obrigado, Fernanda. Interessante como os comentários enriquecem. Confesso que depois de já ter enviado o texto para a Liana eu pensei comigo mesmo: "esqueci de ressaltar o papel do tio ou do padrinho como alguém que tb tem responsabilidades mais sérias com os pequenos".
Mas, como a Paula completou de forma bem lúcida: "E mimá-los um pouco também"...
Talvez esta tarefa de "mimar" seja mais adequada para os tios e avós do que para os próprios pais, rs...
Rafael, foi uma boa sugestão a sua, vou combinar com a Stella sobre a possibilidade de montarmos um tópico sobre fotos de família.
Pode ir dando sugestões.
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