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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Reflexão sobre a defesa dos animais

Por Rafael Carneiro Rocha

O discurso dos grupos de defesa dos animais é polêmico. A tentativa de humanização dos animais, ou de torná-los iguais a nós no amplo contexto biológico do planeta causa, com razão, muito estranhamento. O ser humano tem uma dignidade superior, de modo que se tivéssemos de escolher entre salvar a vida de uma pessoa ou de um animal, não deveríamos ter a menor dúvida em optar pela vida humana.
A partir desta dignidade superior, que a tradição religiosa nos ensina, de uma forma muito bonita, como semelhança dos homens ao Criador, é que somos seres de linguagem, de cultura e de pertencimento inteligente ao mundo. Não existe nada parecido com o espírito criativo humano. Em nosso espírito, temos uma noção nata da maldade e é desta perspectiva exclusivamente humana que os grupos de defesa dos animais se sensibilizam com maus-tratos.
A defesa dos animais é uma projeção da humanidade em criaturas que pertencem ao mundo natural. Até mesmo a defesa que alega um certo panteísmo, ou seja, que seríamos partes que se somam em um só planeta, apresenta um ideal de pertencimento tipicamente humano. Para mim, este panteísmo não é razoável, mas é um argumento que se pretende "racional" e, neste sentido, ele é típico do pensamento humano.

De qualquer forma, eu penso que os grupos de defesa dos animais poderiam reinventar os seus discursos partindo, simplesmente, de que as coisas da natureza precisam ser respeitadas, porque foram criadas por Deus. Claro que o respeito aos animais estaria num grau inferior ao respeito pelos homens, porque se criamos uma categoria de defesa dos animais, isto já implica que pretendemos um domínio, nem que seja da ordem do pensamento, perante aquelas criaturas.
Outra sugestão para os defensores dos animais é que se atentem também para uma "ecologia humana". Que tal a defesa de toda uma "natureza humana"? Que os nascituros possam nascer sem a violação artificial dos abortos, que a vida sexual de marido e mulher possa existir sem intromissões de artifícios de controle médico... As premissas humanas nos dizem muito respeito e o tempo da militância precisa ser bem ocupado. Vamos defender, sim, os filhotes das baleias e das tartarugas, mas só depois que emprestarmos nossos esforços para o bem dos homens.

Um comentário:

Patricia disse...

Que bom, Rafael, ver que a gente não é um "ET" porque valoriza mais a vida de HUMANOS, se tiver que escolher entre adotar uma criança abandonada ou um animalzinho.

É espantoso a gente ver uma vizinha quase sendo carregada de maca em desespero por causa de um dos seus cachorrinhos estar muito velho e doente e morrer...; parece que é o fim do mundo, quando é apenas o caminho natural de uma vida, seja HUMANA ou animal. Não tenho muito gosto por ter animais de estimação em apartamento, mas que os que tenham, não cheguem a valorizá-los a tal ponto que se esqueçam de quantas CRIANÇAS precisam de um lar antes de se dedicar tanta atenção e fazer gastos absurdos com cachorrinhos ou gatinhos de estimação como se fossem FILHOS!

Que me desculpem os quem têm esse apego a animais, mas a gente vê cada coisa que nem dá pra acreditar!
Abraço,
Patricia

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