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sábado, 23 de abril de 2011

Orgulho da ciência nacional

Reproduzimos a seguir, inclusive mantendo o título, uma importantíssima matéria da internet. Resolvemos divulgar devido à sua relevância científica e alcance ético conjugados em uma só descoberta, para orgulho nosso, de cientistas brasileiros, no processo final. Vem ao encontro da certeza compartilhada por muitos de que exemplares avanços científicos e tecnológicos são possíveis sem que se ameace a existência humana. Parabéns aos cientistas que dedicam sua vida a salvar outras vidas.

"É motivo de comemoração na ciência brasileira. Um grupo de pesquisadores acaba de demonstrar, pela primeira vez, a reprogramação de células adultas de indivíduos brasileiros para um estágio pluripotente. Essas células, conhecidas como células-tronco pluripotentes induzidas (ou células iPS, do inglês), se comportam de forma semelhante a células-tronco embrionárias e tem o potencial de se especializar em outros tipos celulares. Com essa publicação, o Brasil entra para um seleto grupo de países que possuem a tecnologia. Com exceção da China, os outros são países desenvolvidos.

O trabalho pioneiro, liderado pela Dra. Patrícia Cristina Baleeiro Beltrão-Braga, da USP, acaba de ser publicado e está disponível online (Beltrão-Braga e colegas, Cell Transplantation 2011). Além da Patrícia e seu grupo da USP, o trabalho conto com o apoio do laboratório da Dra. Irina Kerkis, do Instituto Butantã.

No trabalho, o grupo inova no uso das células de origem. Ao invés de utilizar células da pele, como a grande maioria dos grupos fazem, Patrícia utilizou células imaturas extraídas da polpa de dente de crianças brasileiras. A vantagem? A técnica não é invasiva (não é necessário uma biópsia para extraí-las) e aparentemente o processo de reprogramação acontece mais rápido.(...) O fato de não haver um contato físico com a pessoa acelera a aquisição de material para estudo, especialmente no caso de doenças pediátricas, aonde é relativamente fácil de se conseguir dente-de-leite.

As primeiras células-tronco pluripotentes induzidas a partir de células já diferenciadas de humanos foram demonstradas pelo grupo japonês de Shinya Yamanaka, em 2007. O processo é atraente pois, além de extremamente simples, nenhum embrião ou óvulos humanos são destruídos. Mesmo simples, nenhum grupo da América Latina havia publicado antes. Outro trabalho pioneiro, liderado pelo Dr. Dimas Tadeu Covas, da USP de Ribeirão Preto chegou perto. O grupo de Dimas tentou reprogramar células da pele importadas dos EUA usando uma combinação nova de fatores durante o processo. Porém, as células obtidas foram apenas parcialmente reprogramadas além de apresentar instabilidades genéticas (Picanço-Castro e colegas, Stem Cells and Development 2011).

O domínio das técnicas de reprogramação celular garante ao país a chance de competir e inovar com novos modelos de doenças humanas, principalmente aquelas características no nosso povo ou que afligem países em desenvolvimento. Além disso, agora é possível estudar doenças de alta incidência, como o espectro autista, em populações brasileiras. Nosso conteúdo genético é bastante diverso e novos insights podem surgir desses estudos."

Fonte G1 - http://g1.globo.com/platb/espiral/2011/03/17/pesquisa-de-ponta-no-brasil/

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