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terça-feira, 19 de abril de 2011

Como sintonizamos nossas antenas?

Por Rafael Carneiro Rocha

Faz parte das nossas conversações comentar sobre os atos nocivos dos outros. Não é algo necessariamente mau se falamos sem disposição para condenar. De qualquer forma, devemos nos atentar sobre a nossa fixação com esses temas. Será que falamos muito de vícios alheios? Será que nos fascina aqueles interlocutores sempre atualizados com as últimas tragédias?

Falar obsessivamente dos problemas conjugais dos outros, como infidelidades e brigas, não seria uma forma de esquecer das dificuldades vividas debaixo do próprio teto? Estar por dentro de todos os assassinatos divulgados pela imprensa não revelaria algum tipo de tristeza escondida, que tenta sufocar a própria alma? Julgar regularmente os filhos dos outros não é um sintoma de insegurança pessoal em relação à própria prole?

Não digo que a resposta tenha de ser afirmativa para todas as questões acima, mas é fato que os temas de nossas conversações indicam claramente nosso estado cotidiano de espírito. Se temas obscuros nos apetecem, antes de nos preocuparmos com a maldade alheia, é preciso sondar nossos próprios demônios para expurgá-los. Serenidade de espírito não combina com comentários insistentes sobre as desordens de parentes, vizinhos e colegas de trabalho.

Naturalmente, todos nós podemos nos identificar com aquela figura que mencionei acima, a do interlocutor "antenado" com as desgraças. Como pessoas inteligentes, temos mesmo essa "antena". Porém, procuremos voltar esse sinal para os nossos corações. Do mesmo modo que somos capazes de detectar erros dos outros, somos perfeitamente habilitados para o nosso aprimoramento.

2 comentários:

Patricia disse...

Que beleza de reflexão, Rafael!

Muito obrigada por alertar pra necessidade de nos "antenarmos" melhor para os temas POSITIVOS, desse modo, contrabalançando com as emanações negativas que nos assolam diariamente já desde cedo nos noticiários.
Abraço,
Patricia Carol

Rafael Carneiro disse...

Patricia, eu poderia acrescentar ao texto e ao seu comentário que temos necessidade também de nos "antenarmos" para aqueles que são fixados nas emanações negativas. Se temos um amigo ou parente que fala muito de tragédias, é bom que sempre conduzamos as conversas para temas positivos. Assim, sem a pessoa perceber, nós podemos ajudá-la e muito.

Abraço,
Rafael

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