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sábado, 27 de junho de 2009

Sempre uma emergência

por Ana Luiza Oliveira

Aprendi quando era criança que as coisas mais complicadas só aconteciam quando não se podia.
Quando os pais viajavam, quando era para estarmos na cama dormindo, ou até mesmo numa simples brincadeira quando, mamãe estava na sala ao lado numa reunião com amigas. Por isso, já tive alguns dos acidentes citados em outros momentos nesse blog.

Mas, mesmo sabendo dessa fatídica teoria de que as coisas complicam sempre nas horas erradas, resolvi seguir com meu sonho de infância e me tornar médica. O que eu não sabia, é que com essa escolha entenderia e vivenciaria o sentido real desta teoria...

Durante alguns plantões na emergência de um hospital público do Rio de Janeiro, pude constatar que tem algumas frases que nunca posso nem pensar em falar: 

1)
Hoje tudo está calmo. 
2) Devo conseguir sair mais cedo.
3) Pode ir... 

4) Eu termino aqui... 
5) Que bom que está chovendo, ninguém vai ao médico com chuva (nesse exato momento o sol aparece e a emergência lota como nunca).



Um dia numa emergência pode ser bem desordenado. Ainda mais quando uma fila de pacientes não para de crescer, uns querem ser atendidos na frente, outros não querem seguir a conduta ideal, há poucos médicos para o atendimento, não há entendimento de uma equipe de profissionais com a outra e há falta de recursos em alguns locais de trabalho.

Dessa forma, a rotina com muitos irmãos e com a casa sempre cheia até que foi de grande ajuda para conseguir contornar esses momentos de tensão. 

Pois, numa família numerosa a convivência pacífica deve ter por base algumas virtudes para que haja pelo menos uma tolerância entre todos. Não digo que tudo é pacífico aqui, mas imagino que seria muito pior sem algumas coisas aprendidas desde pequena.

Aprender a: ter paciência quando se quer estudar e tem uma televisão alta ligada por perto ou quando se quer falar algo numa refeição, mas já tem mais de 5 falando; a deixar a casa sempre organizada mesmo sem esperar visitas; a tolerar alguns imprevistos ocorridos, principalmente em viagens com muitas curvas levando a empurrões, enjôos dos irmãos menores...; entre outras coisas que foram importantes para conseguir driblar hoje em dia o caos de uma emergência.

8 comentários:

Remilda Martins disse...

Você deve ter dado trabalho para sua mãe. kkkk

Manoela Alves disse...

Eu vivo na emerg~encia com meus problemas de asma e é preciso mesmo ter muita paciência e muita força de vontade pra trabalhar lá. Principalmente nos hospitais públicos.

Pedro disse...

Você depois podia contar seus acidentes:
* Comer Gongolo
* Plantar feijão no nariz
* Virar do carrinho de bebê
* Colocar lingua em metal congelado

etc...

Liana Clara disse...

Pedro, e tudo isso com a participação dos irmãos! Ela com certeza vai fazer muitos agradecimentos na sua colação de grau, como médica.

Stella disse...

Ana Luiza, sua casa deve ser muito animada! No mínimo tantos imprevistos te deixaram vacinada para situações de emergência.

Quando é que você se forma? qual será sua especialidade? um beijo,
s.

Anônimo disse...

Fernanda

Ana Luiza, seu relato e esses comentários foram muito divertidos!
Que bom que você soube tirar proveito de todas as situações da vida e desenvolver habilidades úteis para sua situação atual!
Parabéns.

Anônimo disse...

remilda,
acho que nem dei tanto trabalho assim. mas melhor perguntar pra ela...
eu era uma criança calma, mas estabanada....rs

Ana Luiza

Anônimo disse...

oi Stella,
Ainda falta um pouquinho pra me formar. Estou indo pro nono período e são 12. Ainda não decidi a especialidade... talvez seja gastro.
beijos Ana Luiza

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