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segunda-feira, 16 de junho de 2014

“inveja boa e inveja má”.

Algumas pessoas devem ter estranhado o título desta mensagem. Será que existe uma inveja boa? Sim, existe. Ela é uma virtude e se chama eutrapélia. Na verdade, não é uma inveja no estrito senso, pois toda inveja em si é má. A eutrapélia é uma virtude que olhando uma qualidade interior ou mesmo um bem material que alguma pessoa tem, somos movidos a conquistá-lo.

Nesta virtude as coisas boas que os outros têm são um estímulo para que eu também procure este bem. Quantas vezes os outros foram e têm sido um estímulo para nós! Não há nisso nada de ruim.

Mas ao lado desta virtude, desta qualidade boa, há a má inveja ou simplesmente a inveja. O que a inveja tem de característico que a distingue da virtude da eutrapélia? Ao contrário desta virtude, onde o bem dos outros provocam sentimentos bons no nosso coração, a inveja se caracteriza por produzir sentimos ruins.

A pessoa invejosa quando vê um bem material ou espiritual em outra pessoa, sente:

- tristeza: tristeza ao ver que esta pessoa possui este bem, porque ela tem e eu não tenho, porque ao ter este bem é mais feliz do que eu, porque tendo este bem se sobressai sobre mim;
- dor: uma dor interior provocado por um sentimento de humilhação: ela tem e eu não tenho;
- raiva: uma raiva que corrói o coração e faz ter desejos ruins contra a pessoa invejada: desejar que esta pessoa se dê mal, que perca o emprego, que perca o namorado (a namorada), maquinar algo para prejudicá-la etc.

Movidos pela inveja, não só sentimos coisas ruins, mas podemos fazer ações concretas para prejudicar a pessoa invejada. Movidos pela inveja se pode inclusive, se não se luta contra este sentimento, a tirar a vida de alguém. Quantas histórias como esta já ouvimos!

A inveja pode não levar necessariamente a sentimentos explicitamente ruins mas a algo que não é tão bom, que não deveria existir: a competição entre as pessoas. Há uma competição saudável, boa, mas a competição gerada pela inveja é ruim. Esta competição nos leva a:

- estar olhando continuamente para os passos de quem começo a competir;
- olhá-lo mais como rival do que como amiga, colega;
- perder a paz toda vez que vejo que esta pessoa deu um passo, subiu um degrau etc. Esta inveja também corrói a nossa alma.

Como sabemos a inveja pode aparecer em todos os ambientes. Pode aparecer:
- em casa: numa competição entre mãe e filha;
- entre irmãos;
- no trabalho: que é um ambiente incrivelmente fértil para a inveja;
- na academia de ginástica etc.

Um esclarecimento: sentir inveja é absolutamente normal. As situações nos fazem sentir inveja. Este sentimento surge instintivamente. O erro da inveja é “deixar-se dominar, dar trela, alimentar este sentimento”. O mal não está em sentir, pois o sentir é humano, faz parte da nossa natureza. O mal está em “consentir”, isto é, uma vez que eu sinto, dar vazão livremente a este sentimento ruim.

Façamos o propósito de lutar com todas as forças para que a inveja não tome conta do nosso coração. Se cada um de nós fizer isto, a sociedade se tornará muitíssimo melhor, eliminaremos grande parte do mal que há no mundo.

Pe. Paulo M. Ramalho - www.fecomvirtudes.com.br - http://www.facebook.com/FeComVirtudes

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