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terça-feira, 5 de outubro de 2010

O prazer das cartas

Por Rafael Carneiro Rocha

Quem não gosta de receber cartas? Não falo de fatura do cartão de crédito, nem da correspondência impessoal do deputado que pede votos, mas daqueles manuscritos carinhosos que fazem os olhos dar risadas. Coisas escritas e lidas à mão, que faz o tato sonhar que aquele papel foi todo manuseado por alguém que te quer bem.

Muitos devem pensar que cartinhas sejam coisas de gente jovem (e talvez sejam, mesmo), mas absolutamente nada impede que casais que convivem juntos há décadas, vez ou outra, surpreendam a pessoa amada com uma carta deixada debaixo do travesseiro ou no porta-luvas do carro. Ou, quem sabe, até dentro do microondas?

Ninguém precisa ter vocação literária para enviar cartas. Às vezes, um bilhetinho inesperado, naquele papel recortado de forma improvisada de uma das folhas do cotidiano, apenas com a simples frase “eu te amo” pode desarmar um coração que se encontra dolorido.

Escrevam! Pode ser um escrito de várias e várias laudas digno de ser encadernado, ou podem ser duas frases num guardanapo. O que importa é que seu avô, sua filha, seu marido, sua namorada, seu pai, seu melhor amigo, seu irmão ou sua sobrinha podem gostar tanto das suas palavras que guardarão elas para sempre. No coração e na caixinha de sapatos que virou cofre de afetos no fundo do armário.

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