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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A delinqüência juvenil

texto de: Rafael Carneiro Rocha

Há tempos que os relatos de jornais indicam que a delinqüência juvenil aumenta entre os filhos das elites. Pensamos nas causas e sonhamos com as soluções.

Para qualquer um, é mais fácil compreender o delinqüente que fora espancado durante a infância pelo pai bêbado e subempregado, do que a indulgência para com o infrator filhinho de papai. Mas a causa essencial do jovem abastado é a mesma do garoto carente. Ambos erram porque fazem mau uso do livre arbítrio. Ceder ao erro é uma decisão individual. Eu erro porque eu escolho errar. Nesse sentido profundo, é um absurdo atirar pedras nos pais ou na sociedade.

Com todo respeito aos pensadores habituais das causas da delinqüência que falam nos jornais e com um respeito um pouquinho menor para com a classe política que projeta soluções, eu penso que falta ao grande debate nacional a perspectiva da inexorável inclinação do jovem espírito masculino para a violência.

É doloroso constatar, mas nós, os rapazes, somos um tanto brucutus. Mesmo os comportados garotos das legiões cristãs vez ou outra cogitam que seria divertido vadiar nas ruas com os amigos ou arrumar confusão com um grupo forasteiro.

O homem, que tem naturalmente a predisposição para fazer alguma coisa com a violência do mundo, precisa de um sentido para a sua conquista. Sem sentido, a violência vira barbárie. Com sentido, a violência vira civilização. A beleza do sentido está na transcendência, na descoberta de uma alteridade que enamora o homem. Não fosse a religião ou o sentido profundo da formação da família, o destino civilizatório do macho seria bar, torcida organizada e brigas noturnas.

Nossos jovens delinqüentes precisam de sentido. Um sentido sincero, sem sentimentalismos e sem indulgências desnecessárias. Sentido de homem pra homem.

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