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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Mãe - amor que se multiplica

Por Raquel Suppi

Na última quarta-feira, vivi uma experiência que define muito o coração de uma mãe. O meu filho do meio, de dois anos, prendeu e machucou bastante o dedinho do pé na cadeira de balanço, onde eu estava. Foi “apenas” um acidente e, claro, eu não tinha a menor intenção de ferir o meu pequeno, mas não é bem assim que funciona o julgo de uma mãe! A gente acaba se culpando, mesmo que seja um pouquinho. Mas, não era sobre culpa que eu queria falar. Acredito que, mais que se sentir culpada, algo que realmente define uma mãe, antes de tudo, seja o amor plenamente compassivo.

Compassivo, de acordo com o dicionário, é uma pessoa “que tem ou revela compaixão” e, por sua vez, compaixão significa: “condoimento do mal alheio que nos leva a participar dele, como se fosse mesmo o nosso”. Quem, como uma mãe, é capaz de enraizar esse significado de forma tão absoluta? Enquanto o meu filho chorava de dor, eu me contorcia junto, gritava dentro de mim e desejava estar no lugar dele. Aquilo, realmente, doía em mim, de verdade. Já no hospital, as vezes que precisamos explicar como ele havia se acidentado, para médicas e enfermeiras, ouvia a clichê e verdadeira frase: “com certeza, está doendo mais na sua mãe do que em você”! Elas deviam ser mães, para entenderem tão bem!

Assim como sentimos e assumimos os sofrimentos dos filhos, como se fossem nossos – até porque eles são nossos! –, acontece o mesmo com as alegrias e realizações que eles experimentam! Nós sentimos um gozo indescritível e sem tamanho, provavelmente maior do que eles mesmos! Sejam elas boas ou ruins, nós – mães – temos o dom de potencializar e amplificar em nós mesmas as sensações deles. A maternidade é mesmo uma missão de incomparável valor, beleza e nobreza! Sim, ela enobrece a mulher, não há como questionar isso!

Uma vez, meu filho mais velho, de seis anos, perguntou quem me entregava o presente do dia das mães, antes de ele nascer. Quando respondi que não recebia presente nessa data, porque ainda não era mãe, ele ficou espantado, sem entender: “como não?!”. Daí, expliquei: “Como eu poderia ser mãe, sem um filhinho para amar e cuidar?!” E continuei: “Foi você quem me fez tornar uma mamãe”! Nunca vou me esquecer da carinha feliz e orgulhosa que fez! De fato, como primogênito que é, ele inaugurou a minha maternidade e me fez sentir, pela primeira vez, o amor loucamente exagerado de uma mãe! No entanto, a chegada de cada um dos filhos trouxe – e traz – novas, fortes e apaixonantes
descobertas!

Lembro, por exemplo, do medo que eu tinha de não conseguir amar outro filho com a mesma intensidade do primeiro. Mas o temor se dissipou quando tomei o segundo filho nos braços, e senti o peito alargar, dando espaço a mais um amor infinito e incomensurável. Aprendi que um único coração de mãe, bate desesperadamente por um, dois, três... quantos filhos ela tiver!

Quando minha princesa, de um aninho, estava a caminho, eu me perguntava se conseguiria me acostumar a ter uma menininha e se seria capaz de me dividir em três! Mas bastou o nosso olhar se encontrar, pela primeira vez, para tudo se transformar, e a cor de rosa entrar com tudo para fazer parte do meu mundo – até então, azul por completo! E foi através dela que também percebi que mãe não se divide! Não! Se acontece alguma operação matemática na nossa vida, certamente se trata da multiplicação! Pois, de forma milagrosa, nós conseguimos ser e se dar inteiramente a cada um dos filhos, sem precisar tirar ou diminuir de ninguém!

A data que celebramos as mães – de maneira mais especial – está chegando, e eu tenho recebido pequenas – e valiosíssimas – homenagens e mimos dos filhos, todos os dias. E, à medida que elas chegam, mais meu coração se enche e transborda de gratidão e amor, pela grande graça da maternidade. Por isso, hoje quero agradecer a Deus e a cada um dos meus filhos, por terem me feito e por me ensinarem a ser mãe, todos os dias!

André, Pedro e Clara, obrigada pelo amor transbordado e por todo sentido que dão à minha vida! Mamãe ama vocês, mais que o infinito!

4 comentários:

Pat disse...

Raquel, não tenho palavras pra dizer a emoção que senti ao ler a tua descrição do AMOR DE MÃE, e como ele age em VOCÊ! Sabe, faz tanto tempo que não choro, que me espantei ao sentir as LÁGRIMAS escorrendo no rosto e dentro do coração...Só me fez bem recordar dessas primeiras vezes em que vimos e tocamos nossos filhinhos! Mesmo já adultos, ainda mostram aquele OLHAR AMOROSO que as mães trocam com seus filhos...a gente ainda SENTE como se fosse hoje, essa sensação especialíssima de SER MÃE! E eu disse que "não tinha palavras", lá no início, imagina SE TIVESSE, kkkk Abração em você, pessoa tão querida! Deus te abençoe MUITO!
Pat

Unknown disse...

Pat, vc sempre tem as melhores palavras! Imagino a mãe doce, carinhosa e amorosa que vc deve ser! Deus abençoe a sua maternidade, sempre! Bjo carinhoso!

Unknown disse...

Que lindo texto Raquel! Vejo os sentimentos que temos como mães são tão parecidos! Quando vejo minhas bebês chorando de dor, dá vontade de chorar também! Ser mãe é sentir a dor dos filhos, mas até que eles próprios!

Unknown disse...

Que lindo texto Raquel! Vejo os sentimentos que temos como mães são tão parecidos! Quando vejo minhas bebês chorando de dor, dá vontade de chorar também! Ser mãe é sentir a dor dos filhos, mas até que eles próprios!

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