Raquel Suppi
Houve um tempo na minha vida que eu era vidrada em futebol. Acompanhava o campeonato brasileiro, espanhol, italiano, alemão e tudo o que a TV transmitisse. Gravava todos os jogos da Seleção Brasileira para poder ficar assistindo depois. Sem contar os inúmeros autógrafos que pedia e fotos que batia com os jogadores mais conhecidos da época, quando vinham jogar em Fortaleza. Todo esse fascínio foi herança da Copa de 1994, o primeiro Mundial que eu realmente acompanhei. Eu estava no início da adolescência e fiquei totalmente eufórica com o Tetra! Mas, com o tempo, a empolgação foi diminuindo, até chegar ao ponto de assistir somente aos jogos da Seleção Brasileira – e olhe lá!
Os anos passaram, casei e descobri que seria mãe de um menino – realização de um sonho! Felizes demais, meu marido e eu passávamos tempos imaginando o rostinho do André – nosso primeiro filho – e com quem se pareceria. Também, idealizávamos cenas futuras, como: os primeiros passos, as primeiras palavras, a primeira ida ao estádio, a primeira partida de futebol... Sonhar com quem a gente ama é uma delícia! Mas viver a realidade é ainda mais gostoso! Então, quando olhei o meu pequeno pela primeira vez, todo o futuro podia esperar, porque tudo o que importava era aquele instante, o hoje, o agora. Desde então, acompanho cada etapa de sua vida – e dos nossos dois outros filhos –, porque é um momento único, que não volta – e que passa rápido demais!
De repente, o mundo da bola voltou a fazer parte da minha vida. Fui convocada a ser goleira, zagueira e centroavante, assim, de supetão! Afinal, não basta ser mãe de um menino, tem que bater um bolão e jogar futebol com ele a tarde inteira! Como em um piscar de olhos, o nosso primogênito estava vivendo tudo o que havíamos imaginado, anos antes. Eu só não tinha ideia que seria tão mais emocionante e, em certos momentos, preocupante também! Como na primeira vez – e em todas as outras – que ele foi ao estádio. O medo de algo ruim acontecer – que os jornais tanto noticiam – tomou conta de mim! Ao mesmo tempo, estava feliz e ansiosa, pois ele estava muito animado. Graças a Deus, deu tudo certo! Foi um sonho para ele – e para mim também! Passou semanas falando sobre isso. Mas só me dei conta do quanto ele gostava de futebol quando, aos três anos, eu lhe permiti assistir um pouco de TV, antes de dormir, e ele quis assistir ao VT de uma partida qualquer, no SporTV, até a hora de ir para a cama.
Diante de tanto interesse, não houve outro jeito senão matriculá-lo na escolinha de futsal do colégio. Ele estava tão animado, que me pediu para fazer um vídeo contando a novidade – para postagem no grupo da família, no facebook – e pedindo de presente uniformes completos de times de futebol, para usar nas aulas. Assim foi feito, e o resultado foi ótimo! E, desde que o meu rapazinho entrou em quadra, o meu lado tiete – adormecido há anos – voltou mais forte do que nunca! Os treinos mais parecem final de campeonato, tamanha é a minha emoção, ansiedade e torcida! Quando ele faz um gol, ainda que seja apenas treinando chutes de pênalti, nem sempre consigo conter a vibração e acaba saindo um “gooooool!” – a la Galvão Bueno! Eu que achava que a final da Copa de 1994 seria, para sempre, o jogo mais marcante da minha vida, errei feio – “Sabe de nada, inocente!”, como diz Compadre Washington.
Hoje, babo e sinto ainda mais orgulho vendo os meus dois meninos jogando juntos! André, com cinco anos, mostra o que aprendeu ao irmãozinho Pedro, de dois. Os pequenos parceiros estão crescendo, dominando cada vez mais a bola e superando o meu limitado talento futebolístico. Como já era de se esperar, agora sou bem menos solicitada para as nossas partidas caseiras – até por conta da Clarinha, nossa bebezinha. Já o paizão está se firmando como o mestre absoluto do futebol, por aqui! Embora não seja mais titular em todos os jogos, eles ainda fazem questão da minha presença – e eu não abro mão disso! Pedem algo quase irrecusável: “Mamãe, vem ver a gente jogar”?! E assim vou assumindo, no esporte e na vida dos meus príncipes, o melhor lugar na arquibancada, porque não quero perder nada! De lá estarei sempre zelando, orientando, torcendo, acompanhando, rezando, amando e me orgulhando muito! Essa duplinha, ao lado da irmãzinha e do pai, são os maiores campeões do meu coração!
5 comentários:
Oi, Raquel!
Você me fez relembrar meus tempos de "goleira" na Barra...lá era apenas um areal, sem essa nova CIDADE IMENSA que se tornou. Na portaria do nosso prédio(1978 até 1982), perto da praia, tinha só 3 moradores, prédio de 3 andares.
Após a volta do colégio, meu filho aos 4 aninhos me "ungiu solenemente" como sua "goleira particular". No jogo éramos só ele fazendo os gols e eu pulando de lá pra cá, de cá pra lá, felizmente nunca caindo no chão. Lembro que um detalhe importante pra ele era a roupa que eu usava: a moda era com enchimento nos ombros, daí minha linda camiseta cor de rosa de malha , de mangas compridas, passou a ser um "must" pro jogo unilateral acontecer. Resumindo: na falta de outros irmãos e vizinhos da idade pra jogar bola, a "mãeeeenhêeeee" supria a falta de jogadores!
Hoje em dia, Raquel, esse meu "coleguinha de jogo" é um cidadão Canadense, músico excelente, e aos 38 anos gosta muito de lembrar essa época que segundo ele, foi MUITO IMPORTANTE na vidinha dele, até poder ir pra escola com mais colegas pra jogar. MÃE É MÃE!!! rs rs rs
Essa mãezona bate mesmo um bolão na nossa família! Sem a presença dela nosso jogo não teria graça, nem aconteceria!
Pat, que delícia relembrar esses momentos! Sem dúvida alguma são eles que mais valem a pena e mais marcam a nossa vida! E parabéns pelo filhão!!!! Bjão!
Obrigada pelo comentário, amore!!!! Você enche mesmo a minha bola!!! Rsrsrsrs. Amo vc! Bjão!!!
Q barato deve ser ser mãe de menino! Eu não levo o menor jeito com bola, acho q Deus sabe o q faz... Rsrsrs... Mas precisarei aprender para jogar com o Pedro, Miguel e João, meus futuros netos! Kkkkkk
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