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domingo, 31 de agosto de 2014

Enfermagem: Uma vocação iluminada

 Por Julia Melo*
Desde que me entendo por gente, sempre quis seguir a área da saúde. Diferente de muitos jovens, nunca tinha nenhuma dúvida sobre isso; e quando entrei na minha amada Escola de Enfermagem Anna Nery (UFRJ) pude/posso reafirmar, a cada dia que passa, essa necessidade avassaladora de aprender, de maneira que minha vida seja um instrumento de Deus para ajudar outras vidas. Particularmente, acho que nada vai ser tão engrandecedor quanto isso.

Além disso, sempre tive uma “quedinha’’ (na verdade é quase um tombo mesmo, hahaha) pela área de obstetrícia. Ajudar a colocar novas vidas do mundo me parece muito gratificante, e depois que entrei na faculdade, esperei ansiosamente pelo o momento em que aprenderia mais sobre o assunto e sobre a importância do enfermeiro/a obstetra.

A formação do enfermeiro obstetra oferece capacitação para ser um profissional adequado e competente, que possa dar à mulher uma assistência de qualidade, respeitando sua fisiologia, seu corpo, sua saúde mental e psicológica.

Hoje, posso afirmar que o enfermeiro obstetra tem toda a capacidade, competência e autonomia necessária para conduzir um parto normal sem distócias, ou seja, sem grandes complicações. Uma prova disso são as casas de parto, onde são os enfermeiros obstetras quem realizam os partos normais, cabendo a eles, privativamente, a direção e coordenação destas instituições.
Durante o puerpério (período após o parto) o enfermeiro realiza os cuidados necessários à puérpera, aplicando seus conhecimentos técnico-científicos, para que seu organismo volte o mais rápido possível às condições pré-gravídicas, e também orientações de autocuidado e ao cuidado com o recém-nascido e ainda planeja e executa ações de conforto para mãe e para o neonato.

O Ministério da saúde também preconiza outra atribuição a esses enfermeiros: Realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de anestesia local, somente quando necessário. A episiotomia é uma intervenção obstétrica que consiste no corte do períneo posterior para facilitar o nascimento. Depois de feito o corte na vagina da mulher no momento do nascimento do bebê, é necessário reparar os danos à área. A episiorrafia, portanto, é a sutura da episiotomia.

Hoje, fala-se muito do parto humanizado, e é importante enfatizar que a assistência humanizada não é só condição técnica, mas prioritariamente a solidariedade, o respeito e o amor pelo ser humano. Sendo importante salientar que, de todos os profissionais da saúde envolvidos na assistência, o enfermeiro obstetra, é o que tem maior responsabilidade nessa humanização, uma vez que mantém, sob sua responsabilidade, um grande número de profissionais de enfermagem, que deverão estar comprometidos com essa assistência. O enfermeiro obstetra não deve somente resumir a sua atenção na sala de parto, deve acompanhar a gestante no pré-natal, pré-parto, parto e, por fim, no puerpério, incentivando a mulher ao aleitamento materno exclusivo. Deve, ainda, procurar assisti-la num todo, não esquecendo o seu lado emocional.

Certamente, expus de modo bem resumido a importância do enfermeiro obstetra e as mais variadas funções a ele atribuídas. É uma pena que o profissional de enfermagem não seja tão valorizado - falando agora em relação às diversas especializações; pois assim como qualquer outro profissional da saúde, não tem como haver um funcionamento sadio de qualquer unidade de saúde sem o corpo de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares) que são a maioria em número nessas unidades.

Por fim, gostaria de salientar que apesar da falta de valorização desta profissão, o amor e a arte do cuidado transmitidos e realizados por ela são insubstituíveis, e essa essência começa a ser transmitida por nossos professores ainda durante a graduação, arrancando suspiros de nós, estudantes, a cada aula. Que os ensinamentos de Florence Nightingale (que foi uma enfermeira britânica famosa por ser pioneira no tratamento a feridos de guerra e por transmitir ao mundo o que é a enfermagem) sempre sejam repassados.

Florence ficou conhecida na história pelo apelido de "A dama da lâmpada", pelo fato de servir-se deste instrumento para iluminação ao auxiliar os feridos durante a noite. Espero que a chama dessa lâmpada, que foi uma vez acendida por ela, nunca se apague nos corações daqueles que fizeram a escolha e têm a dádiva de serem enfermeiros.

*Julia Melo -  é carioca de 19 anos, católica, cursa o quarto período de Enfermagem e Obstetrícia na UFRJ e ex-aluna do CMRJ. Nas horas vagas gosta de dormir e sair com os amigos.

3 comentários:

Unknown disse...

Que coisa mais linda!! deus te abençoe e que você consiga realizar esse lindo sonho na sua vida minha linda!! Sucesso!!

Unknown disse...

Julia, você não será só mais uma enfermeira obstetra, você será a melhor! Digo isto porque além dos conhecimentos que você tem adquirido no ambiente acadêmico e nas aulas práticas nos laboratórios, hospitais e maternidades, dentro de você tem uma coisa que os profissionais de saúde precisam ter, você tem amor pelo ser humano, você tem prazer em cuidar do próximo e busca sem pestanejar a melhor maneira de conseguir que seus pacientes fiquem confortáveis se importando verdadeiramente com seus sentimentos, com seu bem estar e com a sua saúde do corpo e da mente! Por isso, e por muito mais, eu tenho a mais absoluta certeza de que você será uma profissional magnífica e cumprirá o seu dever de enfermeira obstetra exercitando o mandamento que Jesus nos deixou de maneira exemplar, amando-os como irmãos, como se estivesse cuidando do próprio Cristo e assim, não será difícil que os seus pacientes vejam o Cristo em você! Deus te abençoe minha filha! Deus abençoe sua vocação maravilhosa! Tenho muito orgulho de você e é uma honra ser sua mãe! Parabéns pelo texto e pela sua dedicação! Te amo!

Maite Tosta disse...

Julia, espero que a Escola Anna Nery forme cada vez mais e mais profissionais apaixonados, comprometidos como você é, e competentes, como você com certeza será. Nossa saúde agradece!!!

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