A tragédia no Japão, te

Remetendo ao "bravo exemplo do povo" do primeiro parágrafo, é tocante ler hoje, no jornal, o depoimento de uma repórter que não esconde sua admiração, e nem mesmo emoção, ao registrar o depoimento de uma mulher que perdeu casa, embora, felizmente, não tenha perdido as filhas. A entrevistada acolhe a profissional com um gentil "Muit

Filas lá, mesmo nessa "situação-limite" são filas, não amontoados de gente. Ninguém briga, ninguém passa à frente, tenta dar um jeitinho. Falam baixo, não fogem pelo acostamento nos inevitáveis engarrafamentos, seguem regras. Por isso, é de se prever que o país sobreviva bem e rapidamente, ainda que talvez seja necessária uma terapia coletiva ou muitas lutas de sumô como catarse. Tanta contenção tem seu preço. Mas a DIGNIDADE, que envergam como um traje de gala, não.
Acabamos de ver no nosso carnaval cenas, de todos os tipos e em vá

Não se trata de crucificar os cariocas e brasileiros, esquecendo nossa vocação para a alegria e a solidariedade. Porém, essas qualidades servem atualmente de desculpa, para, no cotidiano, se fazer exatamente o contrário. As pessoas andam nas ruas se esbarrando, sem ceder um pouco de espaço, e as "palavrinhas mágicas" estão em falta. Os mutirões de ajuda aos irmãos serranos foram impressionantes, mas precisamos do heroísmo de respeitar os direitos dos outros no mais comum, nos ambientes públicos, nas filas e nas estradas. Em vez de campanhas milionárias, com o dinheiro do consumidor, de incentivo aos preservativos, como lembrou muito bem o Rafael, necessitamos COM URGÊNCIA de uma campanha simples de educação básica. Além da atuação das famílias, primordial, educando melhor seus filhos.
Nossas orações e desejos de recuperação aos japoneses e um sincero agradecimento, ainda que doído, pelo exemplo de coragem e, mais uma vez, comovedora DIGNIDADE, que nos oferecem. Queremos “emprestar" Nossa Mãe Aparecida, para que ela os guarde e cure seus corações, pois sua intercessão é mais poderosa que todos os reatores nucleares multiplicados ao infinito. Ah, quanto à reportagem, o mais impressionante é que a repórter deixou cair a carteira com US$700 e os cartões de crédito no abrigo. Achou que não valia a pena retornar, mas outro profissional, conhecedor do povo, assegurou-lhe que estaria tudo intacto e separado para devolução. Pura verdade. Mas, honra seja feita, isso acontece aqui também. Algumas vezes.
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