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domingo, 24 de maio de 2009

Viagens com a família – Lembranças da praia

Todos os anos fazíamos alguma viagem de férias desde o nosso primeiro filho, nunca filho foi impedimento para viajar.
De início os passeios eram curtos, por conta da “grana” mais curta ainda. De modo que na maioria das vezes íamos pra casa de praia da Tia Dulce. Uma delícia, a casa saía direto na praia, com um quintal repleto de árvores frutíferas.
Cada dia era um verdadeiro ritual: Banhos de mar cedinho, almoço as 12 horas, tempo para descanso da refeição, no mínimo de 2horas, e aí mar outra vez até o sol se pôr.
Os lanches da tarde eram sempre muito gostosos, doces feitos em casa: de goiaba, caju, mamão verde, bolos, pães de minuto e tudo fre
squinho, feitos pelas mãos carinhosas de Didi, outra tia também presente na casa. Sem esquecer das mãos de anjo de duas empregadas, pupilas atentas da arte de cozinhar. Já não se fazem mais tias como antigamente...

Juntavam-se os primos todos e era uma diversão geral, nem sentíamos falta de TV, que funcionava mal e só dava pra ver um ou outro programa. A diversão geral da noite era ouvir histórias do passado das tias, ou jogos de cartas; até os pequenos logo aprendiam a jogar buraco com estas tias encantadoras.

As brincadeiras a tarde, na hora do descanso, eram de carrinho de rolimã, feitos pelos próprios meninos com a ajuda do pai. Desciam a rampa de acesso da estrada a casa com seus ”possantes” e lá se iam dedos ralados, shorts e camisetas rasgadas, mas nada disso tornava menos atraente a diversão. A cada dia iam aprimorando mais suas descidas e diminuindo os tombos.

Aqui já tínhamos 3 meninos e 1 menina com mais uma a caminho. E estes passeios a praia eram o mais divertido pra todos, tanto que até hoje eles se pegam comentando dos “bons tempos de Angra”. Cresciam todos juntos participando das mesmas brincadeiras e um ensinando ao outro que chegava e também aos primos.

A avó paterna sempre presente, proporcionava as crianças tudo o que podia. Reservava o melhor para seus netinhos. Todos os anos mandava fazer “camisas de pagão” para os meninos, que conforme iam crescendo cada vez menos gostavam de tal roupa e só usavam lá, para agradar a vovó. Ela faziam com a m
aior das boas intenções, para ficarem mais fresquinhos no verão e não terem brotoejas.
Com pouco dinheiro e muita diversão, a praia proporcionava dias incríveis. Não posso esquecer-me de mencionar as pescarias: Memoráveis! Varas de bambu, anzol na ponta de uma linha fina de nylon e sardinha servindo de iscas, lá iam os meninos com o pai pra ponte mais próxima, pescar durante umas 2 a 3 horas a noite ou bem cedinho. Depois da pescaria, a glória: uns 5 a 6 peixinhos na bolsa, seus troféus por insistência e paciência.
Como se aprende esta virtude
da Paciência pescando!
O sabor destes peixinhos era incrível, gosto de “infância bem aproveitada”, saboreado bem devagar para aproveitar cada
mordida. Nestas horas quem sempre estava junto era meu marido, curtia tudo e se divertia como criança, relembrando seus tempo de menino. E lá vinham os contos de pescador!

Quando o mês de férias terminava os molequinhos estavam esturricados do sol, com os cabelos secos e duros do sal, mas uns sorrisos largos nos rostos e na boca um gostinho de “quero mais”.
O retorno a cidade era sempre com o coração apertadinho, as tias e a vovó vinham a porta, todas, para dar Adeus até perderem o nosso carro de vista.

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