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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Nós e o ambiente

Por Maria Teresa Serman

Este texto foi retirado de uma palestra do bispo D. Rafael Lhano Cifuentes, autor de vários livros conhecidos, como Otimismo, Grandeza de Coração, e outros. O tema é atual e a abordagem, como sempre, esplêndida, aí vão os principais pontos.
O poder da internet faz com que as pessoas fiquem tremendamente influenciáveis. Pautam suas vidas pela opinião da maioria, pelo que ouvem dizer, pelo que os outros acham ou pensam. Deixam de ter vida própria.

O critério deve ser o da qualidade, não o da quantidade: se muitos assim, não quer dizer que todos devem imitar. Esse comportamento foi o comportamento dos primeiros cristãos, que eram uma pequeníssima minoria, diante de um mundo pagão, e esse fermento levedou a massa. A coerência de suas atitudes, apesar de liderados por rudes pescadores da Galiléia, fez com que transformassem o mundo, a partir de Roma e dos centros cristianizados.

A muitos custou a vida, e a nós também deve custar cotidianamente, em um martírio incruento, de negar-se a fazer o que nos impingem, a seguir a manada. Como aqueles, precisamos dar o tom nos ambientes, aquecer os corações, não com paixões descartáveis, afetos utilitários, mas com amor forte e resistente às pressões da vida e dos homens. O fermento está se massificando, perdendo seu tônus. Não podemos permitir que o volume de outros ingredientes, como a sensualidade, o orgulho, a preguiça deteriorem o bolo. Se assim acontecer, o ser humano se tornará antropofágico - devorador de si mesmo. Como um monstro mitológico, consumirá os outros e o que ele mesmo ainda conserva de bondade.

Em vez disso, nossa vocação é renovar as estruturas sociais e morais de uma sociedade adormecida, acomodada na inércia do consumismo desenfreado, não só dos bens, mas do Bem em si. Cada um de nós deve ser uma usina atômica que provoque reações rebeldes ao conformismo. Podemos gerar amor, alegria, perseverança, união, do lugar mesmo onde estamos. É preciso um novo fermento daqueles que sabem pensar por si próprios, que consultam sua consciência, não o Google (Que é ótimo, mas não pode ser formador de opinião ou guia das consciências!). Uma personalidade bem formada se manifesta com garra, não com balidos de ovelha medrosa, que segue cegamente o rebanho.

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