Quando era solteira, ou mesmo depois de casada, mas sendo mãe de apenas um menino, eu “enchia a boca” para dizer, com muita convicção: “se eu tiver filhas, elas não terão bonecas Barbie!” – como diria “cumpadre” Washington: “Sabe de nada, inocente!” – na prática a teoria é outra!

Realmente, não comprei Barbies para as minhas filhas, mas não contava com um pequeno detalhe... as tias! Uma cunhada trouxe uma Barbie dos EUA para a Esther (4). Ela já veio me mostrar desembrulhada – e deslumbrada. Estava feito o estrago. Mais tarde, outra tia presenteou-a com outra Barbie, dessa vez tupiniquim.
Um dia, voltando da escola...
- A Gabriela Guedes tem a Barbie butterfly, ela é muito linda, mãe, eu quero!
- Filha, você já tem duas Barbies!
- Maix nãaao é baterfláááiiiii (chorando)!!!
- Calma, filha, quando formos ao shopping vamos lá ver a Barbie butterfly, e aí a mamãe vai pensar, ok? (snif, snif)
Fui lá ver o raio da boneca. É uma Barbie que tem umas asas de borboleta enoooormes nas costas, que encaixam e desencaixam. Porque raios uma barbie teria asas nas costas? Vai entender... calculo que estejam tentando desvincular a boneca de uma imagem adulta, sexy, e torná-la mais próxima do mundo imaginário, de contos de fadas, o que é uma boa estratégia.
Observei e participei das brincadeiras das minhas meninas com as suas Barbies e percebo que elas acompanham a idade, por mais que as Bonecas tenham aparência adulta. Quanto às medidas da boneca, irreais, me parece óbvio que não têm o poder de, por si só, levar as meninas à frustração, como pensa o presidente Venezuelano Hugo Chavez. Há muitos outros fatores, tais como ambiente familiar, relação com a mãe, etc, sobre os quais podemos atuar. Como sempre, a escolha – e a responsabilidade - está nas mãos dos pais. Dar ou não dar, dar sob alguma condição? Limitar o tempo de brincadeira? Enfim, há várias opções.
“E aí, comprou a Barbie butterfly?” – E teve jeito? Até o bolinho dela de 4 anos foi com tema da Barbie, como vocês podem ver na foto, cuja modelo é super tímida!
É... mordi a língua... Optei por relaxar e observar, interferindo se necessário. A Isabel (2) também já está apaixonada pelas Barbies, e de vez em quando rola uma briga aqui pelas bonecas... Pelo visto a Barbie ainda “dá ibope”...
Maite Tosta - bacharel em Letras e especialista em Direito Constitucional, é serventuária de Justiça, tutora de cursos à distância, casada e mãe de quatro filhos no Rio de Janeiro/RJ. Católica e Vascaína, gosta de escrever e de mídias sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário