É bastante corriqueiro, quase como uma regra, os filhos colocarem os pais em situações embaraçosas. Parece até que todos fazem um curso universal! Tipo: “Como fazer os seus pais passarem vergonha”!
Quem nunca pareceu ser mentirosa por conta dos filhos? Dizemos para a sogra: “Ela não gosta de comer verdura”, mas a filha não só toma toda a sopa de legumes, como diz que estava deliciosa e pede mais! Quem nunca se constrangeu diante das respostas extremamente sinceras? A tia rabugenta pergunta: “Gostou do presente?”. E o filho responde: “Não! Eu queria brinquedo, e não roupa!”. Quem nunca fez papel de fofoqueira? Cruzamos com a vizinha indiscreta, e o caçula solta: “Olha, mamãe: a garota que está sempre de decote e saia curta!”.
Não há como escapar! Viver momentos constrangedores, por causa das nossas crianças, é marca registrada de toda mãe – e pai também! É uma espécie de tradição de maternidade/paternidade, passada de geração em geração. Um dia, nós fizemos isso com os nossos pais, que fizeram com os nossos avós, que fizeram com os nossos bisavós e por aí vai! E, se todos passam ou já passaram por isso, bem que poderíamos encarar de uma maneira mais leve. Quem sabe até curtir?! Claro que, na hora do aperreio, é complicado ver por essa ótica. Se pudéssemos, desapareceríamos ou enfiaríamos a cabeça em um buraco, como um avestruz! Mas, depois, é quase impossível não virar motivo de gargalhada. Histórias que serão contadas por anos, provavelmente, para as gerações que virão!
Aqui em casa, temos um caderno cheio de casos assim. Costumamos anotar tudo! Vez ou outra, a gente lê e a risada é geral! Os filhos adoram! Se vemos necessidade, dependendo da história, aproveitamos a ocasião para reforçar que aquilo não foi uma coisa legal, e explicamos o porquê.
Um dos “clássicos” da família, com vários desdobramentos e histórias semelhantes – como capítulos de novela, com o humor dos sitcoms –, envolveu o André, nosso filho mais velho. Na época, com três anos, ele começava a aprender e levar a sério algumas “normas” das boas maneiras. Entre elas, a de não soltar “pum” perto de alguém. Ensinamos que deveríamos nos afastar das pessoas ou ir ao banheiro. Certa vez, em um restaurante razoavelmente cheio, meu marido e eu o observávamos brincar no play. De repente, o André saiu apressado, correndo para a direção oposta à nossa. Nós nos levantamos rapidamente, achando que estava perdido. Foi quando ele parou, próximo de algumas mesas vazias, levantou o polegar e, sorrindo, gritou: “Mamãe! Papai! Peidei de longe!”. Ops! Falha nossa! Esquecemo-nos de dizer que ninguém precisava saber!
Naturalmente, todos caíram na gargalhada! Quanto a nós, não tivemos como fugir ou disfarçar, com aquela cara de “quem sãos os pais dele?!”. Éramos os únicos em pé – tirando os garçons olhando para a direção que o André estava. Ficou óbvio que ele era o nosso filho! Foi o jeito entrar na onda e soltar o riso – e não os gases – também!
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