Por Verônica Lunguinho*
Meu filho tem um ano e um mês. Nessa idade e, em grande parte dos casos, já andando, eles estão na fase de descobrir o mundo. Pegam tudo que acharem interessante. Os brinquedos? Para quê? Legal mesmo são as vasilhas do armário da cozinha, o sapato do papai, os materiais escolares do tio mais novo, o livro do vovô, as panelas e colheres de pau da vovó... e por aí vai uma lista enooorme de coisas que os pequenos se apossam como objetos de estimação deles.
Todas as famílias passam por um momento de adaptar a casa a esta fase da criança. Tiramos de seu alcance os produtos de limpeza, objetos cortantes, enfim, tudo o que apresente perigo à criança. Eu gosto de deixar meu filho bem à vontade. Quando ele dorme, arrumo tudo em dez minutos e ficamos todos felizes, sem estresse.
Acontece que, de um tempo para cá, comecei a dar falta de alguns objetos. Uns, mais importantes; outros, nem tanto. Fiz uma lista, na cabeça mesmo, e ela já conta com quatro itens: meu RG; um carnê de contribuição voluntária que faço todo mês; a tampa de uma vasilha de plástico que uso muito e um item que tem me ocupado há três dias: o pratinho do meu filho!
É um prato azul e vermelho, de aproximadamente 20 cm de diâmetro. Não é tão difícil encontrar! Já olhei em todos os locais possíveis! Ok, em 98% deles. Embaixo da cama, do sofá, do armário, no lixo, dentro de todos os armários, atrás da pia do banheiro, no meio das roupas limpas, no cesto de roupas sujas, dentro da geladeira, no congelador, dentro do guarda-roupas... Já pedi ajuda a São Longuinho, Santo Antônio, e nada.
O RG eu tiro segunda via. O carnê, peço outro também. A tampa eu acabei achando embaixo da geladeira enquanto escrevia esse texto. Mas... onde foi parar esse bendito prato?? Poxa... é o pratinho do meu filho...
Quero acreditar que um dia, quem sabe numa possível mudança, ele vai aparecer - Ah, vai! Ou não... É... Acho melhor pensar em comprar outro prato.
*Verônica Lunguinho é mãe, jornalista e colaboradora do Negócios de Família, natural de Cubatão, residente em Brasília.
** Música: A Lista (Autor: Oswaldo Montenegro)
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