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sexta-feira, 23 de maio de 2014

EDIFICAR A FAMÍLIA

Um livro particularmente simpático e atraente é o livro de Tobias.  Conta as peripécias de Tobias para encontrar Sarah, que seria sua esposa.  Os primeiros noivos de Sarah morriam na noite de núpcias, mas Tobias foi instruído pelo Anjo Gabriel.  Sua disposição era diferente: “Somos filhos de Santos e não devemos nos casar como pagãos que não conhecem a Deus”. Disse Sarah; “Tende piedade de nós, Senhor; tende piedade de nós, e fazei que cheguemos juntos a uma ditosa velhice!”.  E assim foi; tiveram sete filhos. 

Atualmente, são muitos os ataques às famílias por parte dos que não querem compromissos estáveis, dos que querem propor uniões de outros tipos, instáveis, passageiras ou união de pessoas do mesmo sexo.  É preciso reabilitar a família na sua dignidade. Uma mãe de família, envolvida em associações variadas, foi convidada a participar em mais uma.  A mãe recusou.  E a outra perguntou: -“Você é tão ocupada assim?”.

 -“Sim, especialmente depois que assumi a empresa da qual é presidente meu marido e que fomenta a vida cristã, a educação da infância e da juventude; se ocupa da alimentação, da difusão da educação e cultura”.

A outra, espantada, perguntou:

-“Que associação é essa? Acho que nunca ouvi falar”.

-“Certamente você conhece; chama-se Família”.

Todos devem procurar crescer nessa tarefa de edificar a família.  Um ponto de partida é pensar que problemas e soluções dependem de nós.  Mais do que apontar o que os outros precisam melhorar na família: marido, sogra, filhos, pais, ou o apartamento, ou trabalho, ou escola dos filhos, devemos pensar o que mudar em nós mesmos.

Se nós mudamos e melhoramos, a família melhora.  Temos três inimigos a combater com veemência: egoísmo, desgaste e tentação de acomodação.

O egoísmo tende a defender o próprio “eu”.  A pessoa olha demasiadamente para si mesma, quer se poupar de sacrifícios.  A família demanda tempo e este pode não sobrar para si mesma.

Alguém contava a história de um menino tímido, de olhos lacrimejantes que pergunta ao pai:

-“Pai, quanto o senhor ganha por hora?”

-“Puxa filho, não conto isso nem para sua mãe!”

O filho insiste.  De cara amarrada, o pai responde:  -“Vinte reais.”

E o menino pede:

-“Pai, pode me emprestar 1 real?”

-“Para isso que você queria saber quanto eu ganho? Vai dormir!” E não deu nada ao filho.  Mais tarde, preocupado de  ter sido muito exagerado, foi procurar o filho e deu-lhe o real.  O menino pegou a moeda e juntou ao que já tinha guardado, entregando ao pai:  -”Agora você pode me dar uma hora do seu tempo?” As crianças querem menos brinquedos e mais atenção; menos roupa e mais conversa.

Também devemos combater o DESGASTE.  O tempo gera um desgaste no carro, no celular, na roupa e também em nós.  O relacionamento vai ficando desgastado.  Podem faltar detalhes de carinho, ou a paciência para enfrentar os problemas, ou o espírito esportivo que faz com que as coisas sejam levadas para o campo do mau humor.

Em “Guerra e Paz”, Tolstoi descreve a situação de Nicolau: “A intimidade com sua mulher aumentava sempre; todos os dias descobria nela novos tesouros espirituais”. Recentemente, fui a uma comemoração de bodas de 60 anos em que o marido relatou ter descoberto há pouco, que a mulher não gostava muito de flores. Assim é a vida. Precisamos ter a postura de renovação, de descobertas.

O 3º inimigo é a ROTINA MÁ, a acomodação que se reflete no desleixo, bagunça, desordem, descaso.  Por esse caminho, em muitas famílias a TV se torna a dona da casa.  As pessoas assistem 5 horas de TV por dia!  Se você deixa de ensinar as verdades da fé, os filhos vão se distanciando de Deus.  E o mundo necessita de famílias – exemplos que mostrem que é por ser família moderna, que convivem harmoniosamente.

Tolstoi escreveu como primeira frase do romance Ana Karenina: “Todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes cada uma a sua maneira”.

Sejamos exemplo de família generosa, que se sustenta economicamente, que valoriza o vínculo matrimonial, que sabe que o casamento é para sempre.  Santo Agostinho dizia: “Os que estão bem instruídos na fé católica, sabem que o matrimônio foi instituído por Deus como o divórcio foi instituído pelo demônio”.

As famílias-exemplo ajudarão a construir uma sociedade mais justa e mais feliz.

2 comentários:

Gabriely disse...

Oi Liana, adorei o texto!

Liana Clara disse...

Que bom que gostou, Gabi. Muito obrigada, beijos

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