A família é o ambiente ideal para alcançar a meta da santidade, com todas as tarefas e ocupações de quem decide formar uma família. Isso supõe um exemplo das virtudes no ambiente do lar. Santidade supõe virtudes. A virtude deve ser construída ao longo da vida.
Quem não tinha a virtude da pontualidade, da alegria, do bom humor, antes de casar pode chegar a tê-la. De vez em quando devemos fazer um balanço calmo sobre os defeitos a superar, as virtudes a conquistar para viver num lar harmonioso e alegre. Vamos ver algumas virtudes que afetam o convívio familiar.
Podemos salientar quatro virtudes: compreensão, generosidade, renúncia, otimismo. É um quadrilátero em que cada uma tem sua função.
A Compreensão – Há uma cena, na vida de Jesus Cristo, em que mostra a compreensão que se deve ter numa família. Jesus observa o enterro do filho único da viúva. Cristo compreende a profundidade do sofrimento da mulher que perdeu tudo. Sem que ela peça nada, Jesus se adiantou e ressuscitou seu filho. Para que a vida familiar transcorra de maneira serena é preciso que haja compreensão.
Todos nós temos coisas que gostaríamos de fazer melhor. Quando procuramos ver as peculiaridades do outro, vemos as qualidades que existem ao lado dos defeitos. É uma visão mais realista. Esse é o desejo interior de compreender.
A Generosidade - Como seria o dia a dia da Sagrada Família? Devia brilhar particularmente, a generosidade. Nossa Senhora se doava sem reclamações. São José se adiantava para comprar algo necessário na casa. Jesus se oferecia para buscar água na fonte. Assim, com essa disposição generosa, a vida devia ser muito feliz.
“Oxalá saibas, diariamente e com generosidade, contrariar-te, alegre e discretamente, para servir e para tornar agradável a vida aos outros. Este modo de proceder é verdadeira caridade de Jesus Cristo.” (Forja, 150). É a generosidade de ir além do obrigatório. Sorrir quando custa, quando a vontade é devolver a cara feia que recebi: “não, vou retribuir com um sorriso”. É abraçar tarefas desagradáveis, monótonas e desanimadoras. A luminosidade e alegria estão ligadas à generosidade.
A Renúncia - Está ligada à generosidade: BentoXVI escreveu: “ O Sim ao amor é fonte de sofrimento porque o amor exige expropriações do meu “eu” nos quais deixo podar e ferir. O amor não pode de modo algum existir sem esta renúncia mesmo dolorosa a mim mesmo; senão torna-se puro egoísmo, anulando-se deste modo a si próprio enquanto tal”.
Renunciar a coisas pessoais pelo bem alheio. Dizia Pascal: “A vontade própria não se satisfará nunca, mesmo que tenha poder sobre tudo o que deseja. Mas ficamos satisfeitos no momento em que renunciamos a ela”. Importa saber renunciar; seja a opiniões pessoais para nos abrirmos aos outros. Renunciamos a um gosto para satisfazer os outros. Qual pizza escolher? Qual vai ser o filme?
Um autor descreve, de forma bem humorada, as brigas que geraram num casal o hábito dela de apertar a pasta dental direitinho, enquanto ele apertava no meio, de qualquer forma. Os 2 resolveram ceder e ela passou a apertar a pasta do jeito dele e ele do jeito dela.
O Otimismo - Baseado na fé; não uma simples bonomia. Diz um provérbio chinês: De duas pessoas que olham através da janela, uma vê a escuridão, a outra vê as estrelas. A pessoa otimista vê sempre as estrelas. O otimismo frente às dificuldades econômicas pode ser útil à formação dos filhos; com os problemas dos parentes, tudo pode ter solução. Das dificuldades, Deus tira coisas positivas. Não é fechar os olhos e fazer de conta que não vê. O otimismo, em relação ao ambiente, faz ver que o mundo sempre teve problemas. Deus nos colocou-os agora porque era o melhor para nós. Podemos ser nós a ajudar a resolver os problemas.
Para completar, devemos meditar que a tarefa de educação dos filhos é tarefa gigantesca.
Cura D’Ars: “A virtude passa facilmente do coração das mães para os filhos”. Há uma transmissão que pode ser imperceptível, mas é real. Não adianta fingir as virtudes. Os filhos são também frutos do ambiente, mas o que se pode passar e construir no dia a dia, é especialmente nos momentos difíceis.. Aí se mostram as virtudes. Pais responsáveis têm postura ativa na Associação de Pais e Mestres das escolas.
Com os filhos, é importante ter firmeza. Cuidar bem da formação dos filhos na fé. Não é enfiar a Bíblia inteira na cabeça de uma criança de três anos de idade. É batizar cedo, explicar o Catecismo, rezar à noite, ensinar a bênção dos alimentos. Isso sem forçar os filhos. . Ensinar a centralidade da fé na vida, com o exemplo pessoal.
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