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terça-feira, 23 de abril de 2013

Dez histórias do Papa Francisco antes de ser Papa - parte 2

Continuação de ontem, dia 15/4/2013
6 - Educação sexual - “A Igreja não se opõe à educação sexual. Pessoalmente, acredito que ela deve existir ao longo de todo o crescimento das crianças, adaptada a cada etapa. Na verdade, a Igreja sempre proporcionou educação sexual, ainda que, concedo, não o tenha feito sempre de um modo adequado. O que acontece é que, atualmente, muitos dos que levantam as bandeiras da educação sexual concebem-na separada da pessoa humana. Então, em vez de contar-se com uma lei de educação sexual para a plenitude da pessoa, para o amor, cai-se numa lei para a genitalidade. Essa é a nossa objeção. Não queremos que se degrade a pessoa humana. Só isso.” (El Jesuita. Conversaciones con el cardenal Jorge Bergoglio, SJ., Sergio Rubin y Francesca Ambrogetti, Vergara editor, pág. 92-93)

7 - Cozinha
— Cozinha atualmente?
— “Não, não tenho tempo. Mas quando vivia no colégio Máximo, de San Miguel, como aos domingos não havia cozinheira, eu cozinhava para os estudantes.”
— E cozinha bem?
— “Bem, nunca matei ninguém…”(El Jesuita. Conversaciones con el cardenal Jorge Bergoglio, SJ., Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti, Vergara editor, p. 31)

8 - Pingue-pongue de perguntas e respostas
Como se apresentaria diante de um grupo que não o conhece?
— “Sou Jorge Bergoglio, sacerdote. É que gosto de ser sacerdote.”
Um lugar no mundo?
— “Buenos Aires.”
Uma pessoa?
— “Minha avó.”
Como prefere saber das notícias?
— “Lendo jornal. Ligo o rádio para escutar música clássica.”
Viaja muito de metrô? É seu transporte predileto?
— “Pego quase sempre pela rapidez, mas gosto mais do ônibus, porque vejo a rua.”
Teve namorada?
— “Sim. Formava parte do grupo de amigos com que costumávamos dançar.”
Porque terminou o namoro?
— “Descobri minha vocação religiosa.”
Tem algum parente que também abraçou a vocação religiosa?
— “Sim, o filho de minha irmã Marta. É sacerdote jesuíta como eu.”
Algum hobby?
— “Quando jovem eu colecionava selos. Agora, ler, que gosto muito, e escutar música.”
Uma obra literária?
— “A poesia de Hölderlin me apaixona. Igualmente, muitas obras da literatura italiana. Já li I promesi sposi umas quatro vezes. Outro tanto A Divina Comedia. Agradam-me Dostoievsky e Marechal.”
Borges? O senhor já se relacionou com ele.
— “Não sei o que dizer. Além de que Borges tinha a genialidade de falar praticamente de qualquer coisa sem alardear.”
Borges era agnóstico.
— “Um agnóstico que todas as noites rezava o pai-nosso, porque o prometera a sua mãe, e que morreu assistido religiosamente.”
Uma composição musical?
— “Entre as que mais admiro está a abertura Leonora nº 3 de Beethoven, na versão de Furtwängler. É, a meu entender, o melhor diretor de algumas de suas sinfonias e das obras de Wagner.”
Agrada-lhe o tango?
— “Muitíssimo. É algo que me sai de dentro. Acho que conheço bastante de suas duas etapas.”
Sabe dançar tango?
— “Sim. Dancei quando jovem, ainda que eu prefira a milonga.”
Seu esporte preferido?
— “Quando jovem, praticava o basquete, mas gostava de assistir futebol no estádio. Íamos toda a família, incluída minha mãe, para ver o San Lorenzo, o time de nossos amores. Meus pais eram de Almagro, o bairro do clube.” (El Jesuita. Conversaciones con el cardenal Jorge Bergoglio, SJ., Sergio Rubín e Francesca Ambrogetti, Vergara editor, pp. 118-120)

9 - Nomeação — “[Depois de uma conversa com o Núncio, ele] me informa: ‘Ah… uma última coisa… o senhor foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires e a designação se tornará pública no dia 20…’ Assim, sem mais, ele me comunicou.”
— E qual foi a sua reação?
— “Fiquei bloqueado. Como expliquei antes, sempre fico bloqueado diante de um golpe, bom ou mau.”
— Pelo menos, diga-nos o que sentia quando via o seu nome entre os grandes candidatos a Papa… [sobre o conclave de 2005].
— Pudor, vergonha. Pensava que os jornalistas estavam loucos.  (El Jesuita. Conversaciones con el cardenal Jorge Bergoglio, SJ., Sergio Rubín e Francesca Ambrogetti, Vergara editor, pp. 125-126)

10 - Dor e ressentimento - “A dor, que é também outra chaga, é um campo aberto. O ressentimento é como uma casa lotada, onde vive muita gente amontoada que não tem céu. Enquanto que a dor é como uma vila onde também há excesso de gente, mas se vê o céu. Noutras palavras, a dor está aberta à oração, à ternura, à companhia de um amigo, a mil coisas que dignificam as pessoas. Ou seja, a dor é uma situação mais sã. Assim de diz a experiência.” (El Jesuita. Conversaciones con el cardenal Jorge Bergoglio, SJ., Sergio Rubín e Francesca Ambrogetti, Vergara editor, pp. 143)

link: www.opusdei.org

Um comentário:

Patricia disse...

Continuo gostando demais da forma como nosso Papa Francisco diz as coisas, firme, diretamente, sem rodeios e com muita delicadeza.

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