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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Disfarces e máscaras

"Estamos tão acostumados a nos disfarçarmos
para os outros, que acabamos nos disfarçando para nós mesmos". Charles de Foucauld

O autor dessa frase profunda é o beato Charles de Foucauld, do qual cito uma pequena biografia, colhida no site oarcanjo.net: "Charles nasceu em 1858. Morreu assassinado na Argélia, em 1916, aos 58 anos. Tinha sido oficial do exército francês e comandou expedições militares na África. Aos 28 anos, converteu-se ao Evangelho de Jesus. Ingressou num mosteiro trapista das irmãs clarissas em Nazaré. Não satisfeito, retirou-se para uma vida simples e oculta, a exemplo de Jesus. Retornou, mais tarde, para a Argélia e ali, no seguimento radical do Mestre, tornou-se monge sem convento, em contato direto com as populações tuaregs, até ser assassinado."

Nestes tempos de novas perseguições aos cristãos em regiões onde o cristianismo não está amplamente divulgado, ou é renegado e proibida a sua prática, o Bem-aventurado Carlos de Jesus, como escolheu ser chamado, é um exemplo de fortaleza e entrega a um apostolado total, comprometido até a morte.

É muito verdadeira essa ideia de que a falta de unidade de vida tem suas raízes na própria dissimulação interna que o orgulho nos faz construir. Queremos sempre parecer melhor do que somos, ocultar nossas fraquezas, agradar ao mundo. Esquecemos que somos exatamente do jeito que Deus Pai nos vê, nem mais nem menos. Já disse magistralmente S. Paulo  "nem eu me julgo mais". Claro, pois nos avaliamos com muita benevolência, ou do modo oposto, com excessivo rigor e escrúpulos nocivos. A verdadeira face de nossa alma só Deus a contempla.

Então, como podemos ser sinceros
conosco mesmos, em primeiro lugar? Podemos começar dizendo, como indicou S. Josemaria, no ponto 595, de Caminho: “Se te conhecesses, alegrar-te-ias com o desprezo, e choraria teu coração ante a exaltação e o louvor.”


Não se trata de menosprezar-se simplesmente, mas ter a noção real do que cada um pode e vale: vale muito, pois é filho ou filha de Deus, que lhe concedeu o dom da vida, e da vida eterna; a redenção dos homens foi comprada pelo sacrifício de Cristo na cruz, que acabamos de contemplar, por um preço incalculável - "pretio magno", nas palavras do mesmo apóstolo. Por outro lado, nada podemos, se nos apoiarmos somente em nós mesmos. Porém, amparados na filiação divina e nas graças que nos são conferidas abundantemente pela misericórdia divina, tudo alcançamos, tudo vencemos, pois pertencemos ao Amor, acima de tudo e em primeiro lugar.

                                                      Maria Teresa Serman

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