Está é uma confissão: é um vício!
Devido a certas circunstâncias, tenho ficado mais em casa, trabalhando no computador. Então, as tentações chegam a todo o momento, com renovação instantânea, e tentadora. A visualização dos produtos está eficientíssima - podemos, em alguns casos, enxergar (ou seria "enchergar", como propõe o Enem?) o interior das bolsas. Até agora não me arrependi em quase nenhum item, incluindo bolsas e até sapatos, sendo que meu pé, 34 mais ou menos, me causa problemas in loco, quer dizer, quando experimento ao vivo, pois é magro, e às vezes o sapato demanda uma palmilha.
Gostaria que este texto fosse interativo, seria muito bom conhecer experiências alheias, pois assim sabemos onde erramos e em quê podemos melhorar. Ou comprar... Brincadeira, não queremos que ninguém perca emprego nas lojas, ainda mais porque ir ao shopping distrai e nos proporciona um contato visual com o produto que não conseguiremos ter jamais na tela, ainda que esteja melhorando a cada dia. O mais importante, porém, não é o contato com o produto, e sim com as vendedoras, na sua maioria mulheres, como nós, também mulheres e consumidoras. Conheço muitas - e digo "conheço" porque converso e tenho algumas como amigas. Quando estive doente, recentemente, com uma forte crise de coluna, muitas ligaram para saber se melhorei, e disseram que rezavam por mim. É claro que não faltou a ironia dos filhos: "Claro, que ela ligaram, mamãe, você está fazendo falta!"
Porém, uma cliente afável faz falta além do que compra, o que já é fundamental para a renda delas, fator importante ou único nas suas famílias. Vendedoras confiáveis são um presente, nos aturam, nos embelezam e até sugerem itens e procedimentos que não fazem parte do seu "métier". Aquelas que
Pronto, este é um clássico exemplo de fuga do tema: comecei pelas compras na internet e me aprofundei no aspecto humano e social das compras ao vivo. No Enem isso não seria problema, porque levam em consideração acima de tudo coesão e coerência, virtudes fundamentais de uma redação. Eu fiz de propósito, e não cometi erros crassos e inadmissíveis de concordância e ortografia, sem falar nos de regência e acentuação, mais comuns, inclusive na TV e nos jornais.
Como ex-integrante por muitos anos de banca de criação de provas e correção de redação em língua portuguesa de concursos, sei que devemos ver além de erros bobos, cometidos mais pelo nervosismo dos candidatos do que por ignorância. Aproveitávamos tudo, pois dar zero em uma redação ótima mas que foge ao tema, é uma punhalada no coração de um professor. Contudo, há certos casos que são claros: o sujeito tentou enrolar - vide a receita do miojo, ou é analfabeto funcional, como em muitos casos. E isso não dá para ignorar.
Opa, agora viajei no tema!
Maria Teresa Serman
Nenhum comentário:
Postar um comentário