Por Rafael Carneiro da Rocha
Se quisermos que as nossas ações sejam belas e agradáveis ao espírito é preciso traçar limites, como o artista compromissado com o tamanho da tela ou o músico que trabalha uma sinfonia a partir dos limites de tempo. Não existem telas infinitas ou músicas que não terminam.
No fundo, o hedonista que despreza os limites é alguém que não sabe curtir a vida. Prazeres precisam ser apreciados e não queimados de forma inconseqüente. É preciso criatividade para lidar com a nossa sede por prazeres.
Castelos são construídos em terreno delimitado. Quem prefere espalhar tijolos aleatoriamente pode circular o mundo com o seu sorriso, mas se perderá facilmente da beleza que tentou fazer.
É preciso pensar na poética dos limites, que são incompreendidas há milênios por caretas e hedonistas. É engraçado, mas uma certa ideia de limite do careta e do homem dos prazeres pode se assemelhar. A diferença desses dois tipos de sujeitos está relacionada apenas a um conceito banal de prazer. Um sente prazer por regras, o outro sente prazer com a ausência delas. Vaidade, tudo é vaidade.
O contrato da existência livre deve ser assinado. Compromissos e limites facilitam a criação prazerosa da vida. Fora deles, tudo se perde. Dentro deles, um infinito pode ser construído.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
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