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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Lutar conta a “peninha” de nós

Existe gente que se casa apenas para não ficar sozinha. Porque não consegue se ouvir, ouvir seu próprio eu. Precisa de pessoas ao seu redor o tempo inteiro, para não ouvir seu vazio interior.  Casa-se para fazer de seu cônjuge um escravo, para seguir suas ideias, ter os mesmos interesses e fazer as mesmas coisas juntos.

Este é um grande engano, a cara metade não é o nosso eu interior projetado como um holograma, só para nos satisfazer e ser a companhia para os momentos de solidão; é outra pessoa, um indivíduo com outras aspirações, e por mais que tenham objetivos em comum, será alguém que também terá direito a sua privacidade, aos seus momentos sozinhos com seu interior.

Nem marido, nem mulher, nem filhos completarão o nosso eu, nem substituirão a convivência pessoal conosco. Precisamos aprender a nos aceitar, a nos ouvir e a termos interesses só nossos. Mesmo no meio de uma multidão, sempre seremos só nós, conosco. Confuso? Sim, mas vejo muita gente reclamando da vida porque o marido já não é mais aquela companhia esperada, ou os filhos se rebelaram e foram viver suas vidas, formando outros lares. Não é pelo fato de darmos a vida a cada filho que ele tenha a obrigação de nos servir eternamente. Que aprendamos a viver sozinhos, criando condições para continuarmos a vida com ou sem pessoas ao nosso redor. Que a convivência conosco seja agradável, alegre, onde rimos de nós mesmos.

Meu pai, depois que ficou viúvo morava sozinho e tinha gosto de por uma mesa bonita só para ele, todos os dias. As comidas sempre nas travessas, e fazia isso com gosto. Porque gostava de se dar essa boa apresentação, na hora das refeições. Podíamos chegar lá, na casa dele, a qualquer hora que tudo estava sempre limpo e arrumado. Gostava de ler, de ouvir rádio a madrugada e nunca o vi reclamando de solidão. Isso era saber viver com ele mesmo. Gostar de si.

Os filhos são para o mundo, e com certeza cuidarão de nós numa necessidade concreta, por uma doença; mas não ficarão grudados em nós, suprindo a companhia que precisamos, porque nunca aprendemos a conviver conosco.

Que casemos por amor, que continuemos juntos por amor, que tenhamos filhos por amor, mas que também saibamos aceitar com alegria, os momentos da vida onde só cada um e Deus estarão juntos.

2 comentários:

Patricia disse...

Adorei o artigo Liana! Outro belíssimo exemplo do seu querido pai...foi impressionante o que contou sobre ele mesmo continuando sozinho a servir suas refeições com elegância.

Esse tipo de "elegância" vem lá do fundo da personalidade da pessoa, e com certeza, esses conselhos do artigo de hoje nos inspiram a procurar melhorar nossa vida, caso estejamos sozinhos(claro que sabendo que DEUS está sempre conosco!)
Abração,
Pat

Liana Clara disse...

Com certeza Patricia! Beijos

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