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sábado, 6 de abril de 2013

O que acontece quando os filhos têm medo?

O que acontece quando os
filhos estão com medo!? Provavelmente, eles têm algo a dizer, mas muitas vezes não sabem como.

Você já fez a experiência de se reunir com um grupo de amigos em que, em um momento de descontração, cada um pudesse compartilhar com os demais os seus medos mais íntimos? Esta é uma experiência muito interessante e, contraditoriamente, chega a ser muitas vezes muito engraçado.

Todos chegam às mesmas conclusões, de que todos os adultos têm medos que racionalmente não teriam porque senti-los, e de que muitos chegam a ter pequenas fobias que, de alguma forma, dificultam o bom andamento de determinadas atitudes ou atividades.

A palavra medo ou fobia é derivada da palavra grega “phobia”, que deu origem ao termo fobia, e que apresenta os mais medonhos sinônimos: aversão; horror; ojeriza; pavor; paúra; temor; terror, que são marcas afetivas de nossa sensibilidade, que estão marcadas com
grande intensidade em nosso coração, a ponto de sobressair às tentativas racionais de colocá-los no devido lugar, o da imaginação, que não é algo real.

As marcas afetivas podem chegar a ser tão intensas que podem levar pessoas adultas a terem medos que, aos olhos dos demais, chegam a ser ridículos, como uma pessoa que sofre de Ablutofobia  – medo de lavar-se ou de tomar banho ou, outro exemplo, a  Noctifobia – medo da noite, e até mesmo a Dextrofobia – medo dos objetos que estão do lado direito do corpo.

Um dado importante é que estes medos irracionais na vida adulta iniciaram-se na infância e seguiram um processo de marcação pelo processo de repetição. Como um caso que pude acompanhar de um adulto com mania de limpeza – ele sofre muito, só de imaginar que sua mão pode estar suja, chegando a lavar as mãos dezenas de vezes ao longo do dia. Pude verificar que, quando era criança, seus pais não admitiam que sujasse a boca durante a refeição, sendo que a cada colherada o pai expressava – “limpa a boca, que está suja”.

A mensagem que a criança estava recebendo repetidas vezes era que isto devia ser muito ruim, perigoso, e outras coisa mais que sua imaginação pudesse gerar. Era uma criança que tinha receio de colocar a mão na parede com medo de sujar sua mão.

Quando ficou mais velha, os pais puderam detectar as consequências d
e tal atitude diante do filho. Levaram-no para uma terapia que basicamente consistia em permitir que o garoto se sujasse e sujasse as paredes, jogando nelas baldes de tinta. Além de poder brincar com terra e sujar suas roupas, dentre outras técnicas.

O resultado foi razoável. Ajudou a aliviar a pressão que recaía sobre o menino, mas, infelizmente, não resolveu o problema por completo, pois as marcas afetivas geradas na infância deixam marcas permanentes, tanto que, neste caso, carrega as consequências na vida adulta.

Por isso, devemos tomar muito cuidado com os estímulos que nossos filhos estão recebendo na infância. Que podem ser por meio, principalmente, do que veem e do que ouvem, e de quem recebem. Temos que aprender a transmitir as mensagens adequadas e de forma positiva e, acima de tudo, filtrar as indesejadas que não estão partindo de nós pais, como os veículos de comunicação que hoje estão todos em um mesmo conjunto: TV, celular, vídeo game, internet.

Sempre o melhor caminho não deve estar pautado exclusivamente em fugir do ruim, mas sim oferecer o que é bom e, com isso, naturalmente, levar os filhos ao crescimento e desenvolvimento de capacidades que serão as suas ferramentas de coragem para enfrentarem eventuais medos ou obstáculos.

 Site da revista Ser Família - artigo de 27 de junho de 2007

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