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quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Consciência

A lâmpada do teu corpo são os teus olhos, diz o Senhor. A e, se estiver bem formada, ilumina o caminho, o caminho que termina em Deus, e o homem pode avançar por ele. Ainda que tropece e caia, pode levantar-se e prosseguir. Quem deixa que a sua sensibilidade interior “adormeça” ou “morra” para as coisas de Deus, fica sem qualquer ponto de referência pelo qual orientar-se. É a maior desgraça que pode acontecer a uma alma nesta vida. Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal – anuncia o profeta Isaías –, ai daqueles que mudam as trevas em luz e a luz em trevas, que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce.

Jesus compara a função da consciência à do olho na nossa vida. Se o teu olho for são, todo o teu corpo estará bem iluminado; se, porém, estiver em mau estado, o teu corpo estará em trevas. Cuida, pois, de que a luz que há em ti não sejam trevas. Quando o olho está bom, veem-se as coisas tal como são, sem deformações. Um olho doente engana a pessoa e pode levá-la a pensar que os acontecimentos são como ela os vê com a sua visão distorcida.

A consciência pode ficar deformada por não se ter procurado alcançar a ciência devida a respeito da fé, ou então por uma má vontade dominada pela soberba, pela sensualidade, pela preguiça... [...]

As paixões e a falta de sinceridade consigo próprio podem chegar a forçar o entendimento e levá-lo a pensar de outra forma, mais de acordo com um teor de vida ou com uns defeitos e maus hábitos que não se querem abandonar. Não existe então boa vontade, o coração se endurece e a consciência adormece e já não indica a direção certa que conduz a Deus: é como uma bússola avariada que desorienta aquele que a consulta. “O homem que tem o coração endurecido e a consciência deformada, ainda que possa estar na plenitude das suas forças e das suas capacidades físicas, é um doente espiritual e é preciso fazer alguma coisa para que recupere a saúde da alma”.João Paulo II, Angelus, 15-III-1981

A Quaresma é um tempo muito propício para pedirmos ao Senhor que nos ajude a formar muito bem a nossa consciência e para examinar se somos radicalmente sinceros conosco, com Deus e com as pessoas que em seu nome têm por missão aconselhar-nos.

A LUZ QUE EXISTE em nós não brota do nosso interior, da nossa subjetividade, mas de Jesus Cristo.Eu sou a luz do mundo, disse Jesus; aquele que me segue não anda nas trevas. A sua luz esclarece as nossas consciências e, mais ainda, pode converter-nos em luz que ilumine a vida dos outros: Vós sois a luz do mundo. O Senhor coloca-nos no mundo para que com a luz de Cristo mostremos aos outros o caminho.
Extraído da meditação de 2ªfeira, Segunda semana da quaresma, de Falar com Deus.

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