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sábado, 29 de setembro de 2012

Filmes para nossa lazer

Por Patricia Carol Dwyer


Acabei de ver 2 filmes ótimos neste final de semana, e acho que vale  a pena recomendar. Só não sei se esse estilo "papo cabeça" interessará a muitas pessoas, mas quem sabe...só acho que adolescentes é que não entenderiam e nem gostariam.

O 1º -  A Vida de Outra Mulher
É a estória da vida de uma mulher que começa no filme com 25 anos iniciando uma carreira promissora numa empresa do ramo de finanças, e de repente pula no tempo, ela estando com 41 anos, acordando um dia sem se lembrar da vida que teve nos últimos 15 anos, justo no dia do seu 41º aniversário. 
Mostra a sua perplexidade ao se descobrir como mãe de um garoto pequeno, que seu casamento não vai bem, que é uma executiva de sucesso, muito rica, etc. e daí começam a aparecer os problemas que ela tem para se adaptar a tudo que está acontecendo a cada minuto com ela, que não sabe nem o nome da rua em que mora, o nome do filho, da diretora da escola dele, que ela mesma tem um carro lindo, um escritório famoso, um marido também muito bem sucedido e ausente na vida dela, etc.  São cenas muito divertidas e quando ela retoma a rotina que teria normalmente, como se não tivesse tido aquele lapso de perda de memória tão longo, é quando a estória fica bem emocionante, sensível, até triste em alguns momentos, mas a atenção fica bem presa até o final que se pode chamar de UN GRAND FINAL! Foi muito lindo! Tirou lágrimas de emoção de muitos espectadores, bem no final, tão forte a atuação dos dois atores principais, a Juliette Binoche e Mathieu Kassovitz.

  O 2º  -  O Deus da Carnificina,( que por esse título infeliz, eu nem ia ver, mas como li antes uma sinopse, achei que não tinha nada a ver com a estória e arrisquei. Valeu a pena!)

É muitíssimo interessante, um diálogo ininterrupto entre dois casais que se encontram na casa de um deles, pra decidirem como resolver civilizadamente, a punição para o filho do casal que numa briga com o coleguinha de escola(filho do outro casal) quebrou 2 dentes do garoto batendo com um bastão de madeira. O casal da "vítima" querendo ser civilizado, mas ao mesmo tempo, exigindo do outro casal um pedido de desculpas formal do agressor, para o filho machucado, entre expressões fortes e trocas de alfinetadas educadas, acabam passando a tarde toda conversando, mas fugindo completamente do tema do início da conversa, e desenvolvendo uma discussão paralela. Cada um desses quatro personagens do casal acaba abrindo sua intimidade ao tentar defender suas atitudes ou razões, e os outros ouvindo, mas então, começam também sem querer, a apoiar o que o marido ou a mulher do casal oposto está dizendo, e a confusão está instalada. A maneira como se desenrola esse tumulto de emoções, explosões e contradições que são hilárias,  e tão real da vida de todos nós que muitos poderíamos nos identificar com o que os quatro falastrões diziam. Dentro dessa Babel de reclamações, há inúmeros momentos engraçadíssimos, de uma inteligência ímpar, que fazem a plateia rolar de rir! Em tempo: essa expressão Dieu du Carnage foi dita pelo pai do menino que agrediu o outro, mencionando um comportamento dentro de uma civilização oriental, ou coisa do gênero, mas foi apenas mencionada durante um dos bate-bocas e não tinha nada absolutamente que justificasse o uso dela para título do filme. Como quase acontecia comigo, outras pessoas podem ter desistido de assistir ao filme pensando ser de luta, carnificina, guerras, violência, etc. Muito pelo contrário: a cena final, sem palavras, só fala de PAZ!

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