logo

terça-feira, 31 de julho de 2012

Podemos ser "desnecessárias" como mães?

Por Maria Teresa Serman

Li o seguinte sobre o assunto:

““ A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo", várias vezes ouvi de um amigo psicanalista esta frase e ela sempre me soou estranha. Até agora. 

Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha interna hercúlea, confesso.
(...)


Ser desnecessária é não deixar que o amor “incondicional” de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.(...)
O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância e na divergência, no sucesso ou no fracasso, com peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis. 

Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.(...)
Convenhamos, é muito chato uma mãe eterna no nosso pé... Precisamos reconhecer, aliás, com muito orgulho que eles, os nossos filhos crescem, se tornam autônomos, e muito melhores que nós, Graças a Deus!

 Como diz o texto, é sinal de que fizemos um bom trabalho, quando percebemos que estamos sendo dispensadas e desnecessárias.


É hora de descansar e curtir a turma de preferência à distância... 

Lembre-se, muito melhor ser SOLICITADA que “OFERECIDA!”.

Este é um mosaico de partes selecionadas de um texto da internet, que resolvemos colocar aqui e comentar. Embora diga respeito bem de perto às mães como nós, com filhos já adultos, alguns casados, outros ainda solteiros e conosco em casa, se aplica com pertinência ao eu materno em geral. E ao paterno também, só que em menor intensidade e frequência - pais são visceralmente menos invasivos e viscosos que nós, pois as mulheres somos cuidadoras por natureza, por razões fisiológicas até, como fêmeas cangurus.

Estamos sempre limítrofes entre um amor desapegado e a necessidade fremente de garantir segurança e felicidade aos filhos. E quando se  casam, o cuidado deve ser dobrado, porque sogra metida é o coroamento da mãe possessiva. Ficar na sombra, se deixar quieta e ausente, significa perceber a exata medida do amor sem controle. Corremos o risco de ficar tão felizes com a nova vida dos seres que tão bem criamos, que queremos, às vezes, participar demais. É fundamental se examinar bem antes de ligar, aparecer, ajudar, perguntar, sugerir, e até oferecer.

Posso dizer que fiz isso hoje, quando minha nora me convidou para ir junto com eles à feira de gestantes e bebês, escolher os itens finais para a menininha que chega no fim deste mês. Eu já ocupei bastante "espaço" da tolerância dela, comprando aquelas coisinhas lindas e irresistíveis para mães e avós, e reconheço que me excedi, mesmo que minha santa norinha tenha gostado e ficado feliz com o que dei. Meu primeiro impulso foi aceitar o convite, mas me lembrei do texto que acabara de ler e disse que eles deviam ir os dois, aproveitar este momento sozinhos, ainda que seja o segundo filho. Ela não aceitou o argumento, disse que iria ligar para meu filho, pra ele me convencer a ir. Quando ele ligou, além dessa justificativa, disse que precisava realmente trabalhar no computador e ler, e ele aceitou, CONFESSANDO QUE SERIA BOM MESMO ELES TEREM TEMPO PRA FICAREM SOZINHOS!

Perdoem o tom confessional, só achei que essa experiência pode ajudar a outras mães, às mulheres que tentam o delicado equilíbrio entre seu lado protetor e libertador. Vamos continuar perseguindo um amor que aconchegue sem sufocar; acolha, mas não obrigue; dê um lar, sem mimo ou facilidades perniciosas.

Um comentário:

Patricia disse...

Formidável teu post, Tetê! Adorei ler e reler o que nós mães, ou "pães"(dois em um) podemos e mais tarde, DEVEMOS FAZER para cortar o cordão umbilical.

A minha "garantia" de que apoiei na medida certa e deixei meu filho bem livre pra alcançar os seus próprios objetivos de vida e de carreira profissional é que vejo como ele está FELIZ, no país de sua escolha, Canadá.

Fez um grande esforço econômico e de PACIÊNCIA, para que conseguisse concretizar seu sonho de adolescência: ser músico profissional, num país em que se valoriza e premia esse esforço suado pra alcançar uma meta, tantos anos dedicados ao estudo e à prática.

Lá está vendo que as oportunidades existem sim! Mesmo em época de crise econômica mundial,consegue se manter com o que ganha dando muitas aulas particulares e em escolas de música, e alguns shows, embora sua meta seja viver dos shows e dando menos aulas... isso com certeza ele conseguirá, tendo a mesma SANTA PACIÊNCIA que tem tido até agora, e que tudo alcança com a ajuda de Deus!

Abraço,
Patricia

Postar um comentário