logo

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Campanha "diga não ao seu filho"

Por Cristina Maranhão

Recebi e logo compartilhei a campanha "diga não ao seu filho quando necessário, a humanidade agradece". Depois de ter compartilhado , só então  pensei no assunto. Algumas questões me vieram ao pensamento: será que ninguém mais diz não aos filhos? Ou será que dizemos tantas vezes, que as crianças nem ouvem mais? Os pais têm medo de dizer não?

Dizer não é mais difícil do que dizer sim?

O certo é que, se há uma campanha na internet, o pobre "não" deve estar mesmo no ostracismo.

Não sou psicóloga, nem pedagoga, mas, como tenho quatro filhos, acho que posso falar um pouco sobre a questão e, afirmar logo de cara que se o não caiu em desuso não foi por culpa minha.

Quando meus filhos eram pequenos, ainda não havia babá eletrônica, muito menos câmeras de computador ligadas para que a mamãe, de onde quer que estivesse neste mundo, enxergasse seu filho. Havia as babás, mas estas não as tive por outros motivos. Mas o que tem isso a ver com o pobre não? Simples. Meus filhos se acostumaram a ouvir não desde muito cedo: se estavam no bercinho e algo os incomodava, como a qualquer bebê, começavam a chorar. A mamãe poderia estar por perto, mas precisava também estar lavando as fraldas (sim, lavávamos fraldas naquele tempo) lá no tanque, ou preparando uma comida, ou simplesmente tomando um banho,ou sei mais lá o quê. Nesse caso, o bebê  tinha que ouvir o não da mamãe que se traduzia em não acudir imediatamente.

 Conto isso porque muito me assusta o medo que as mães têm de que algo terrível aconteça, caso os filhos sejam contrariados, ainda que por alguns segundos. Quero deixar claro que acho toda essa tecnologia muito boa, muito boa mesmo, desde que seja para ajudar e não para atrapalhar. Porém, não é o que tenho visto. Nas casas onde o bebê dorme na companhia da sua babá campainha, qualquer som emitido é seguido de um salto e uma corrida pra o quarto, e logo volta a mãe com uma cara aliviada de "ainda bem que não foi nada". Mas o que poderia ser? Um arroto? Um punzinho? Ainda que seja fome ou uma dorzinha, o bebê pode esperar, deve aprender a esperar. As primeiras formas de dizer não...

Termino aqui. Volto depois e continuo a falar do "não".  É a minha contribuição para que ele não suma do nosso vocabulário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário