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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ser atraente com elegância

Por Maria Teresa Serman
Atualmente este é o adjetivo - que é mais utilizado na versão importada, sexy, do que na nacional, sensual - máximo. Serve para tudo, virou bombril, com todo respeito pelo produto, muito útil e de comprovada qualidade. Classifica desde as mulheres (deveria dizer COISIFICA?) até relógios, e, se duvidar, até panos de limpeza. Isso denota muita falta de imaginação, pra dizer o mínimo.

Da sensualidade se descambou para a vulgaridade num estalar de dedos, ou seria num encurtar de saias, ajustamento doentio de roupas, exposição abusiva do corpo humano, o que desencoraja qualquer exercício da imaginação, antigo e eficiente recurso no jogo da sedução entre os sexos?

As mulheres são voluntárias para o sacrifício no matadouro da mídia, imolando-se estupidamente - em todos os sentidos do vocábulo – e tornando-se os próprios algozes. Sem querer ser saudosista, e sim observadora, é só assistir a um filme mais antigo, dos anos 40 ou 50, que podemos observar o quanto perderam elas de elegância, mistério, e, pasmem, sensualidade.

Ontem peguei um trecho final do filme A Condessa Descalça, com Ava Gardner, uma das mais belas e insinuantes atrizes que o cinema já teve. Estava, como sempre, belíssima, muito chique com suas saias godê guarda-chuva (como se chamava o godê completo), luvas que mudavam de acordo com o traje, batom e unhas vermelhas. Seus vestidos cobriam os joelhos, e sua cinturinha "de pilão" (desculpem a velha expressão, não sei o significado, mas era assim que se falava), que não conseguimos em nenhuma academia, destacava-se, oculta, somente sugerida pelos cintos bem femininos que demarcavam esse atributo. Linda e fascinante!

É importante lembrar que a atriz não era uma santa na vida real, e os personagens que lhe davam sugeriam isso. Porém, estava longe de ser agressiva, sua sensualidade era discreta e, por isso mesmo, inegável.

Assim como ela, outras se destacaram no mesmo aspecto, com esse binômio eficiente de atração e elegância. Temos Grace Kelly, Lauren Bacall, e até Rita Hayworth, mais apelativa, mas ainda uma vestal, perto do que se vê pelas ruas hoje em dia.

Parodiando meu saudoso pai, que tinha uma ironia muito atenta, algumas mulheres hoje em dia, no afã de se fazerem interessantes (?!) e amadas(???!!!), expõem seus defeitos mais íntimos, tornando-se, como dizia ele jocosamente, um "atentado à libido"! Nem a autocrítica usam para se preservar, quanto mais a decência e o bom gosto.

Vamos resgatar bastante do que andamos perdendo, mulheres, no vestir, no falar, no agir! E vamos, por favor!, dar exemplo e ensinar às novas gerações, de filhas, sobrinhas, vizinhas, NETAS, colegas, desconhecidas, que se pode ser atraente não apenas nem principalmente pelo aspecto físico, mas intelectual, moral, culturalmente. Já passou da hora de a mulher voltar a se valorizar e se comandar!

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