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sábado, 11 de setembro de 2010

O que é melhor, um bebê que late ou um cãozinho que fala?

Por Maria Teresa Serman
Gosto muito de animais. Muito mesmo. Fui acostumada desde criancinha a conviver com gatos, cachorros, tartarugas, peixes. Tenho uma gata de treze anos, que há pouco tempo esteve muito mal e sofri horrores, com medo de perdê-la. Como eles têm sete vidas, ela está ótima, exuberante e comendo muito.

Essa introdução pareceu blábláblá, mas já vão entender. O bichinho de estimação me leva a frequentar petshop para bem cuidá-la. E venho observando a multiplicação assombrosa delas e o quanto as pessoas gastam com mimos, roupas, sapatos, fraldas, brinquedos, casinholas, produtos de higiene para seus amores do reino animal. É impressionante os novos detalhes que aparecem a cada dia que lá vou. Claro que fico feliz com a avançada zootecnologia e o aprimoramento da veterinária. Porém, não se pode tratar os bichinhos como gente; cada um tem seu lugar.

Estamos todos bem a par do relevante papel que um animalzinho tem na vida de idosos e doentes. Ajudam a curar depressão e tensão. São fiéis - os gatos são fidelíssimos, e cruelmente injustiçados -, companheiros amáveis e dóceis, desde que se escolha o bicho adequado àquele ser humano, lógico.

Contudo, nem o mais completo dos animais pode substituir uma criaturinha gerada, ou adotada, pelos seus pais. Há uma tendência de pensar que animais são mais confiáveis que pessoas, e isso é uma distorção, além de contra-propaganda. Nada é mais valioso do que a vida humana, mesmo que amemos muitos nossos bichinhos. Muitos casais criam cães (são os preferidos) porque não querem gastar seu tempo com filhos. Não avaliam que uma coisa não impede a outra.

Racionais e irracionais devem conviver e compartilhar afeto sem trocarem de função ou lugar. As crianças adoram os animais e estes as amam. Pode-se arcar com a criação e cuidado dos dois, sem excluir algum, muito menos o mais fundamental. O amor desinteressado do bichinho ensina adultos e crianças a amarem melhor. E amar mais, pois no coração humano e animal cabem muito mais espécimes do que conseguimos avaliar. Juntos fazem o lar mais completo e divertido.

Não troque o seu cachorro por uma criança. Tenha os dois. Ou um gato, o que pessoalmente recomendo.

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