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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cidadania começa em casa: o brasileiro é honesto?

Por Maria Teresa Serman

" Suas atitudes falam tão alto que nem consigo ouvir o que você fala."

Esta frase, de Ralph Waldo Emerson, pensador americano, foi lembrada em um palestra recente, reproduzida no youtube, do Sr. Fábio Barbosa, que vem a ser um dos diretores, ou o principal, não me recordo, do Santander. Foi uma exposição clara e sucinta, em tom leve e linguagem didática, do tema ética. Sua coerência surpreende agradavelmente.

Para resumir: ele expõe o seu ponto de vista de que, se queremos melhorar o país, e acredita que somos patriotas na imensa maioria, devemos começar com nossa empresa. Sugere que as relações comerciais devem se estabelecer entre empresas que pensem igual, em relação ao meio-ambiente, aos seus funcionários, ao país como nação, em primeiro lugar. Cita vários exemplos de como eles, do banco, vêm agindo nesse sentido. Quem quiser assistir, é uma aula de cidadania e exercício da consciência.

Para que se consiga chegar a essa visão, contudo, a condição é começar de casa, dos alicerces. Não se podem gerar valores éticos em quem não os recebeu desde cedo de quem tem essa responsabilidade. Diria que precisamos beber essas noções quase que na mamadeira, para que sejam não uma segunda natureza, mas façam parte intrínseca da primeira. Maus cidadãos, pessoas ecologicamente negligentes, indivíduos socialmente nocivos são crianças não-educadas. Já diziam os mais antigos: é de pequenino que se torce o pepino. Quando este vira uma melancia podre, já é tarde.

"Nós temos que ser a diferença que queremos ver no mundo", outra frase citada pelo Sr. Barbosa, de alguém que foi um exemplo prático do que pregava - Gandhi. Com sua política de não-violência, que uniu o eclético povo indiano na cruzada pela independência, o líder indiano transformou não só a própria vida e de sua família como levou seus irmãos de vários credos e castas ao objetivo comum. Começou, como mencionei, por si mesmo e pelos de sua casa.

Quantos fatos jornalisticamente atuais temos visto de sociopatas, aqueles que usam do poder e da coisa pública para ganhar poder e dinheiro? Além de erradicar estes "fichas-sujas", precisamos evitar em nosso meio que tal procedimento seja bem sucedido. Esse "meio" começa no meio da consciência de cada um, com as “atitudes que falam tão alto", de modo que os ensinamentos que porventura precisemos transmitir nelas tenham sua gênese e constituição. Ninguém dá o que não tem.

2 comentários:

Samara Frederick disse...

Nestes dias tristes em que vemos a corrupção corroer o governo do Brasil como nunca antes na história deste país, fica para nós a pergunta: qual deve ser minha atitude para que meus filhos não achem que roubar faz bem?

Mª Teresa Serman disse...

Bom dia, Samara, bem vinda ao blog. Quanto ao seu comentário, é bastante triste sim, mas precisamos agir mais do que lamentar: escrevendo cartas p os jornais, deixando comentários na internet, esclarecendo os que não alcançam ou não querem ver o que está acontecendo. No que diz respeito à educação de seus filhos, vc já disse a palavra: atitude. O exemplo é mais forte do que sermões, embora devamos instruir sempre nossos filhos no caminho da verdade, da honestidade e do trabalho digno, competente. Em casa se forma o caráter, e assim podemos salvar o que se degenerou no país; o respeito ao bem comum e à dignidade da política. Obrigada por escrever, tenha um bom dia.

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