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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Filmes para toda a família – parte 4 - Filmes históricos

Continuando nossa série de artigos sobre cinema para a família.

Texto de: Rafael Carneiro Rocha

Há quem não goste de determinados filmes por não haver neles uma boa reconstituição de eventos históricos. Mas o fato é que mesmo filmes pouco confiáveis em termos de veracidade histórica podem ser obras de arte.

Um dos casos mais emblemáticos talvez seja o filme O nascimento de uma nação, épico do cinema mudo lançado por D.W. Griffith em 1915. O filme reconstitui episódios da guerra civil norte americana entre o norte abolicionista e o sul escravocrata. Assim como toda a obra do cineasta, o filme contribuiu para fundar aspectos importantes da linguagem cinematográfica que se repetem mesmo nos filmes mais modernos. Porém, ainda que todos os estudiosos do cinema consagrem Griffith como um dos gênios da sétima arte, O nascimento de uma nação é um filme racista e nostálgico de uma América dependente dos escravos negros.

Outro caso polêmico é o da cineasta alemã Leni Riefenstahl que fez filmes de propaganda para a Alemanha nazista. O triunfo da vontade (1934) é uma obra que documenta e enaltece o regime de Hitler. Muitos críticos e cinéfilos conseguem relevar o conteúdo e admirar a capacidade artística da cineasta. Nesse sentido, o mesmo pode ser dito dos filmes de Sergei Eisenstein que, ao reconstituir episódios históricos da Rússia antiga, como em Alexander Nevsky (1938) ou da União Soviética de sua época, como em O encouraçado Potemkin (1925), nada mais fez do que propaganda do regime totalitário soviético.

Griffith, Eisenstein e Riefenstahl são admirados por estudiosos do cinema e fizeram filmes que valem a pena ser vistos. Ao descobrir esses filmes, adolescentes e adultos despertam para a capacidade do cinema de manipular reconstituições de eventos passados em prol de intenções pouco nobres. De uma certa forma, a perspicácia desses cineastas elucida que o cinema nunca é uma possibilidade confiável de se conhecer eventos históricos a fundo. A visão do cineasta é diferente daquela de quem estuda a História. Os diretores de cinema podem ser artistas a serviço da política ou do comércio, mas nunca são historiadores.

De qualquer forma, apesar de merecerem sempre a nossa saudável desconfiança, citarei alguns bons filmes que podem nos dar pistas sobre a História. Sobre o mundo antigo, gosto de algumas das versões de Cleópatra, sendo a mais fácil de ser encontrada o filme com Elizabeth Taylor lançado em 1963. Também admiro bastante o filme Os dez mandamentos (1956) de Cecil B. De Mille, que reconstitui o caráter autoritário do antigo mundo egípcio e de como a nossa cultura de liberdade teve origem na perseguição sofrida pelo povo hebreu.


Avanç
ando alguns séculos na história e chegando na era medieval, um dos filmes que eu mais recomendo para adolescentes e adultos é o Coração Valente (1995), de Mel Gibson.

Para os cinéfilos que se interessem por eventos que marcaram a História M
oderna, tais como a Reforma Protestante e a Revolução Francesa, eu recomendo respectivamente, O homem que não vendeu sua alma (1966), de Fred Zinnemann e A inglesa e o duque (2001), de Eric Rohmer.




Sobre a nossa época, eu penso que qualquer filme do século XX, ou qualquer obra que esteja em cartaz nos dias de hoje, intencionalmente ou não, diz muito sobre a cultura e o mundo em que vivemos. Nesse sentido, todos os filmes

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