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terça-feira, 8 de julho de 2014

Recém Casados I – Convivendo com as diferenças

Por Lívia de M. Costa*

Antes de casar, eu prestava muita atenção nos ‘causos’ que me contavam e, embora incrédula, ficava espantada com a quantidade de experiências negativas de primeiro ano de matrimônio que me relatavam. Ouvi falar de casais que arrumaram as malas para voltar para casa dos pais, que brigavam diariamente ou que entraram em depressão por não estarem preparados para esta empreitada chamada vida de casado.

Em pouco tempo de casada, aprendi que, quando se ama, se valoriza os detalhes e se respeita as necessidades e limitações do outro, assim como descobri que é necessário refletir muito – sobre suas motivações e as do outro - antes de agir. Para demonstrar o que digo, vou fazer um relato pessoal:
Meu esposo nunca guardava a escova de cabelo no lugar após o uso. Este objeto fica no banheiro, num baldinho com decoração vintage, especialmente para abrigar escovas e pentes. Mas ele NUNCA consegue devolver o objeto pro lugar.

Após dias e mais dias pedindo que ele retornasse ao banheiro para guardar a escova no lugar certo, percebi que não poderia comprar essa briga sempre - e que eu não ia deixar meu relacionamento se desgastar por causa de uma escova de cabelo.

Comecei a matutar em como poderia dirimir esse problema. Foi aí que percebi que ele sempre deixava a escova em cima do box, do lado esquerdo, e o baldinho do lado direito. Decidi então mudar o baldinho de lugar e surpreendentemente o problema da escova foi resolvido!

Foi necessário eu entender que ele tinha uma limitação - talvez por ser canhoto ele tenha inclinação natural a manter a escova do lado esquerdo – e que precisava que algo fosse adaptado para manter a organização. Pode-se pensar que é uma limitação boba e facilmente superável, mas no processo levaríamos semanas, meses - quiçá anos - discutindo por causa de uma escova de cabelo, que eu, por minha vez, queria que ficasse exatamente na posição por mim determinada. Ora, não me custou nada mudar a posição previamente definida para os objetos – por mais resistência que eu possa ter a mudanças de planos. Além do mais, reparando direitinho, achei bem charmosa a nova organização.

Esse é um exemplo muito simples – mas muito prático – de atitude que diminui as tensões no relacionamento. Uma briga por causa da organização do banheiro poderia facilmente puxar novas discussões e estragar um dia inteiro. Não! Não me permiti brigar mais por causa da bendita escova de cabelo. A diminuição desses melindres influi diretamente no fortalecimento do relacionamento. Casal que briga por qualquer motivo tem pouca energia e tolerância para “segurar a barra” nos momentos realmente difíceis da vida.

*Lívia de M. Costa – paraibana, católica, casada, mãe, gestora de finanças e colaboradora do Blog.

Um comentário:

Mirian disse...

Uma coisa que salvou meu casamento, por mais boba que pareça, foi reformar o banheiro e colocar dois vasos sanitários.

Talvez não tenha nem sido o vaso sanitário em si, mas a conversa que fez com que entendêssemos nossas diferenças

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