logo

sábado, 19 de julho de 2014

Mãe de Menina: A Barbie

 Quando era solteira, ou mesmo depois de casada, mas sendo mãe de apenas um menino, eu “enchia a boca” para dizer, com muita convicção: “se eu tiver filhas, elas não terão bonecas Barbie!” – como diria “cumpadre” Washington: “Sabe de nada, inocente!” – na prática a teoria é outra!

Quando criança, tive várias: rockeira, noiva, baile de gala... mas, já adulta, li que a boneca idealizada pela da Mattel, supostamente uma top model adolescente, tem “curvas perfeitas” e vem com 1001 acessórios que atiçam o consumismo das meninas. Alta, magra, bonita, bem-vestida, ela é acusada de influenciar as meninas a serem fúteis e superficiais, e a perseguirem um ideal inalcançável de beleza.
Realmente, não comprei Barbies para as minhas filhas, mas não contava com um pequeno detalhe... as tias! Uma cunhada trouxe uma Barbie dos EUA para a Esther (4). Ela já veio me mostrar desembrulhada – e deslumbrada. Estava feito o estrago. Mais tarde, outra tia presenteou-a com outra Barbie, dessa vez tupiniquim.

Um dia, voltando da escola...

 - A Gabriela Guedes tem a Barbie butterfly, ela é muito linda, mãe, eu quero!
- Filha, você já tem duas Barbies!
- Maix nãaao é baterfláááiiiii (chorando)!!!
- Calma, filha, quando formos ao shopping vamos lá ver a Barbie butterfly, e aí a mamãe vai pensar, ok? (snif, snif)

Fui lá ver o raio da boneca. É uma Barbie que tem umas asas de borboleta enoooormes nas costas, que encaixam e desencaixam. Porque raios uma barbie teria asas nas costas? Vai entender... calculo que estejam tentando desvincular a boneca de uma imagem adulta, sexy, e torná-la mais próxima do mundo imaginário, de contos de fadas, o que é uma boa estratégia.

Observei e participei das brincadeiras das minhas meninas com as suas Barbies e percebo que elas acompanham a idade, por mais que as Bonecas tenham aparência adulta. Quanto às medidas da boneca, irreais, me parece óbvio que não têm o poder de, por si só, levar as meninas à frustração, como pensa o presidente Venezuelano Hugo Chavez. Há muitos outros fatores, tais como ambiente familiar, relação com a mãe, etc, sobre os quais podemos atuar. Como sempre, a escolha – e a responsabilidade - está nas mãos dos pais. Dar ou não dar, dar sob alguma condição? Limitar o tempo de brincadeira? Enfim, há várias opções.

“E aí, comprou a Barbie butterfly?” – E teve jeito? Até o bolinho dela de 4 anos foi com tema da Barbie, como vocês podem ver na foto, cuja modelo é super tímida!

É... mordi a língua... Optei por relaxar e observar, interferindo se necessário. A Isabel (2) também já está apaixonada pelas Barbies, e de vez em quando rola uma briga aqui pelas bonecas... Pelo visto a Barbie ainda “dá ibope”...

Maite Tosta - bacharel em Letras e especialista em Direito Constitucional, é serventuária de Justiça, tutora de cursos à distância, casada e mãe de quatro filhos no Rio de Janeiro/RJ. Católica e Vascaína, gosta de escrever e de mídias sociais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário