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segunda-feira, 15 de abril de 2013

É preciso educar o coração... E coração se educa? Por quê e para quê? - 1

Vamos observar ao nosso redor e pensar um pouquinho. O mundo está triste, não é verdade? Há talvez muito barulho, risos, muita conversa, mas as pessoas andam tristes, estamos no século da depressão, das doenças psíquicas, do uso e abuso de medicamentos.

Penso que uma das razões dessa tristeza resida no fato de que as pessoas estejam com seus corações pesados, fechados em si mesmos, decepcionados, desconfiados, sem esperança... Esse quadro de desolação se manifesta especialmente nos momentos mais significativos da existência humana – morte de um ser querido, sofrimentos, doenças, acidentes, violência, notícias assustadoras. E muitos indagam – que podemos fazer? - há possibilidade de alguma mudança? Vamos ver que é possível, sim, claro que sim!

O mundo precisa urgentemente de corações alegres, coerentes, de convicções e sentimentos firmes, dispostos a mudar dentro de si mesmos e a partir de dentro! “A boca fala daquilo de que o coração está cheio!”

Os ouvidos e corações ao redor de nós estão sedentos, ávidos da Verdade – esta que devemos trazer dentro de nossos próprios corações para espalhar à nossa volta e dar uma resposta aos que nos perguntam. E se faz necessário indagar – Meu coração é educado? Quer dizer, quais os sentimentos, virtudes e valores que abrigo dentro dele? Como foi que preparei meu coração ao longo da vida? É conhecido de todos que os povos latinos são sentimentais, como os poetas e artistas em geral, são sentimentais.

Vale a pena, então, refletir nas expressões SENTIMENTO,
SENTIMENTALISMO, SENSIBILIDADE, que não querem dizer a mesma coisa, são distintas entre si! Urgente se faz cultivar a sensibilidade, mas não o sentimentalismo, ou seja, as emoções pelas emoções.

Devemos, sim, ser pessoas sensíveis, mas não sentimentais. Sentimental é aquele que chora e sofre com o que vê, ouve, mas só naqueles momentos.  Fica nas lagrimas e na emoção, mas pode passar sem o perceber pelas necessidades daqueles que o cercam, na família, na escola, no trabalho... O sentimental age pelo entusiasmo- é como fogo de palha, ao vivenciar o “gosto/ não gosto”, quero/não quero, só faço o que me agrada, motiva-se ou desanima segundo o momento; vai buscar novidades, emoções cada vez mais fortes e foge ao que custa, ao esforço, ao sacrifício, à fidelidade à palavra dada... Em resumo, é um egoísta que só pensa em si mesmo e vive das sensações... Vai sofrer e fazer sofrer ao longo da existência para a qual não encontra um sentido.

A sensibilidade é fruto de um coração bem educado, que desenvolveu a arte de estar atento ao outro, mais do que voltado para si próprio, que sabe sair de si mesmo para atender o outro com delicadeza, vencendo o egoísmo tão próprio do ser humano... Encontra sempre e renova um sentido para seu viver.
Continua amanhã.

Mannoun Chimelli – médica especializada em adolescentes

2 comentários:

Patricia disse...

Já adorei a 1ª parte, Mannoun!
Aguardo a 2ª com a mesma alegria com que absorví a outra!
Abraço carinhoso,
Patricia

Liana Clara disse...

Estávamos sentindo falta da nossa querida amiga Mannoun aqui no Blog. Seus assuntos sempre bem atuais

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