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sábado, 21 de janeiro de 2012

O que nos diz São Josemaria sobre o casamento – parte 1

Colocaremos aqui, algumas respostas do santo da atualidade: São Josemaria Escrivá, sobre o casamento. O texto é uma coletânea de repostas de uma tertúlia no Chile.

Ele responde a perguntas sobre o matrimonio, o amor, o namoro, a fidelidade, a educação dos filhos, os principais valores para conseguir a unidade familiar, o que acontece quando não se têm filhos…

1.Poderia dizer-nos quais os valores mais importantes do matrimônio cristão?

Vou falar de algo que conheço bem e que é da minha experiência de sacerdote, de muitos anos e em muitos países. A maior parte dos sócios do Opus Dei vivem no estado matrimonial e, para eles, o amor humano e os deveres conjugais fazem parte da vocação divina. O Opus Dei fez do matrimônio um caminho divino, uma vocação, e isto tem muitas consequências para a santificação pessoal e para o apostolado. Há quase quarenta anos que prego o sentido vocacional do matrimônio. Que olhos cheios de luz vi mais de uma vez, quando - e pensando eles e elas que eram incompatíveis na sua vida a entrega a Deus e um amor humano nobre e limpo - me ouviam dizer que o matrimônio é um caminho divino na Terra!

O matrimônio existe para que aqueles que o contraem se santifiquem nele e através dele. Para isso, os cônjuges têm uma graça especial que o sacramento instituído por Jesus Cristo confere. Quem é chamado ao estado matrimonial, encontra nesse estado - com a graça de Deus - tudo o que é necessário para ser santo, para se identificar cada dia mais com Jesus Cristo e para levar ao Senhor as pessoas com quem convive.

É por isso que penso sempre com esperança e com carinho nos lares cristãos, em todas as famílias que brotaram do Sacramento do Matrimônio, que são testemunhos luminosos desse grande mistério divino - sacramentum magnum! (Ef. 5, 32), grande sacramento - da união e do amor entre Cristo e a sua Igreja. Devemos trabalhar para que essas células cristãs da sociedade nasçam e se desenvolvam com afã de santidade, com a consciência de que o sacramento inicial - o Batismo - confere já a todos os cristãos uma missão divina, que cada um deve cumprir no caminho que lhe é próprio.

Os esposos cristãos têm de ter consciência de que são chamados a santificar-se santificando, a ser apóstolos, e de que o seu primeiro apostolado está no lar. Devem compreender a obra sobrenatural que significa a fundação de uma família, a educação dos filhos, a irradiação cristã na sociedade. Desta consciência da própria missão dependem, em grande parte, a eficácia e o êxito da sua vida, a sua felicidade.

Mas não esqueçam que o segredo da felicidade conjugal está no quotidiano, não em sonhos. Está em encontrar a alegria íntima que dá a chegada ao lar; está no convívio carinhoso com os filhos; no trabalho de todos os dias, em que colabora toda a família; no bom humor perante as dificuldades, que é preciso encarar com desportivismo; e também no aproveitamento de todos os progressos que nos proporciona a civilização para tornar a casa agradável, a vida mais simples, a formação mais eficaz.

Nunca deixo de dizer aos que foram chamados por Deus a formar um lar que se amem sempre, que se queiram com o amor cheio de entusiasmo que tinham quando eram noivos. Pobre conceito tem do matrimônio - que é um sacramento, um ideal e uma vocação - quem pensa que o amor acaba quando começam as penas e os contratempos que a vida traz sempre consigo. É então que o amor se fortalece. As torrentes dos desgostos e das contrariedades não são capazes de submergir o verdadeiro amor. O sacrifício partilhado generosamente une mais. Como diz a Escritura, aquae multae - as muitas dificuldades, físicas e morais - non potuerunt extinguere caritatem (Cant. 8,7), não poderão apagar o amor.
Temas actuais do cristianismo, 91

2. Padre, que conselhos daria a um casal recém-casado que procura a santidade?

Primeiro, que se amem muito, segundo a lei de Deus. Depois, que não tenham medo à vida, que amem todos os defeitos de um e de outro quando não sejam ofensa a Deus; e depois ainda que procures não te descuidar, porque não te pertences. Já to disseram, e tu sabes isso muito bem, que pertences ao teu marido e ele a ti. Não deixes que to roubem! É uma alma que tem de ir para o Céu contigo e, além disso, dará qualidade chilena – o mesmo é dizer cristã -, e graça humana também, aos filhos que o Senhor lhes enviar. Rezem um pouco juntos. Não muito, mas um bocadinho todos os dias. Quando tu te esqueceres, que seja ele a dizer-te, e quando seja ele a esquecer-se, és tu que lho lembras. Não lhe atires nada em cara, não o aborreças com picuinhas.
Chile, julho de 1974, no Colégio de Tabancura
retirado de: http://www.pt.josemariaescriva.info

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