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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A (indiscutível) força do exemplo

Por Maria Teresa Serman
Mesmo correndo o risco de ferir a mesma tecla, insistindo no mesmo tema, este texto versa sobre a necessidade do exemplo na educação. Começo pela obrigação dos pais de falar corretamente, evitando erros crassos de linguagem na linguagem familiar - tais como "pra mim fazer", "soltar do ônibus", "quer que eu faço?", e outras aberrações, mais frequentes em boas famílias do que se espera - , passo pelo cuidado no modo de falar em casa, cultivando a delicadeza e evitando grosserias e palavras chulas, até o comportamento em si, de maneira geral, pois não se pode querer que os filhos não sejam reflexo de nós mesmos.

Na verdade, duas coisas que acabei de ler me inspiraram essas colocações. A primeira foi uma reportagem sobre um novo programa que pretende "ajudar as meninas a se vestir" (sic). Pelo título e tamanho da saia da apresentadora, não vai ser bom, pensei eu ao começar a leitura. E não é que a própria se dá conta disso, quando, ao ser pega na gravação sobre o perigo da saia em dia de verão ventoso, tem a sua levantada na frente de todos, e conclui, sabiamente, "que moral tenho eu para dar dica sobre isso?"

Saias voam, mesmo no comprimento adequado, claro, mas a ideia permanece firme: que moral temos para ensinar ou exigir dos filhos se não lhes damos um exemplo cotidiano, claro, em detalhes de educação, moral e compromisso com a verdade? Nossas palavras, então, serão vãs, fruto de um farisaísmo facilmente percebido pelas mentes infantis e puras, ainda (que Deus as mantenha assim!) suscetíveis às incoerências da vida.

O outro item que suscitou essas considerações foi ler sobre um programa feito sobre conhecida atriz, longeva e recentemente falecida, famosa por seu vocabulário pesado e postura nada moralista, que persistiu em recomendar à única filha que se mantivesse casta até o casamento. E esta realmente preservou e teve um longo casamento feliz, até a morte do marido. A mãe lhe repetia sempre, segundo o depoimento da própria filha, praticamente aquele ditado conhecido "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço! ", consciente de suas limitações e desejando uma vida diferente para a filha.

Conseguiu, realmente, embora seja raro que aconteça isso, pois coerência de vida é a melhor escola. Mas não podemos julgar as pessoas, pois não sabemos o que receberam da família - neste caso, a pessoa não teve a mãe, que faleceu quando ela era pequenina, e o pai não lhe deu assistência. Quanto a nós, podemos cumprir nosso dever de pais, para o que temos graça de estado de Deus, com o máximo de aplicação, lutando nós mesmos, em primeiro lugar, para sermos pessoas melhores a cada dia.

Essa luta por dar exemplo nos transformará, e, ainda que falhemos muitas vezes, porque somos humanos, e os filhos devem nos ver assim, não como perfeições ambulantes, o recomeçar com esperança, buscando a ajuda de Deus e de Sua Santíssima Mãe, vai fortalecê-los também, pois o caminho da esperança e da fé é o único que leva à felicidade. Essa é a verdade, por mais que queiram negá-la.

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