O respeito que cada pessoa tem que ter por si própria aprende-se, principalmente, na família
O que é o pudor? À primeira vista, um sentimento de vergonha que leva a não manifestar aos outros algo da nossa intimidade. Para muitos, trata-se simplesmente de uma defesa mais ou menos espontânea contra a indecência, e não faltam aqueles que o confundem com puritanismo.
O pudor, considerado como sentimento, possui um valor inestimável, porque implica aperceber-se de que se possui uma intimidade e não uma mera existência pública; mas, além disso, há uma autêntica virtude do pudor que mergulha as suas raízes nesse sentimento, e que permite ao homem escolher quando e como manifestar o próprio ser às pessoas que o podem acolher e compreender como merece.
O pudor possui um profundo valor antropológico, defende a intimidade do homem ou da mulher – a sua parte mais valiosa – para a poder revelar na medida adequada, no momento conveniente, do modo correto, no contexto propício.
De contrário, a pessoa fica exposta a maus-tratos ou, pelo menos, a não ser tomada com a consideração devida. Mesmo por parte de si própria, o pudor é necessário para atingir e conservar a própria auto-estima, aspeto essencial do amor ao próprio eu.
Como princípio geral, pode dizer-se que o pudor se orienta para que os outros reconheçam em nós o que temos de mais pessoal. No que se refere ao corpo, isso implica chamar a atenção para aquilo que pode comunicar o exclusivo e próprio de cada pessoa (o rosto, as mãos, o olhar, os gestos…). Nesta linha, o vestuário está ao serviço dessa capacidade de comunicação, e deve expressar a imagem que se tem de si mesmo e o respeito que se oferece aos outros. A elegância e o bom gosto, o asseio e o arranjo pessoal aparecem, assim, como as primeiras manifestações de pudor, que pede (e oferece) respeito àqueles que nos rodeiam. Pela mesma razão, a pouca virtude neste campo leva com facilidade à grosseria e ao descuido no arranjo pessoal.
Na educação no pudor, portanto, é imprescindível aperceber-se do sentido eminentemente positivo desta virtude. «O pudor, elemento fundamental da personalidade, pode considerar-se – no plano educativo – como a consciência vigilante na defesa da dignidade do homem e do amor autêntico».
Este texto foi retirado do site http://www.opusdei.org/pt-pt/article/educar-no-pudor-1-os-primeiros-anos/ . Ali podemos ler na íntegra todo o livro sobre o pudor.
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