Agora que passou o tempo de correrias e festejos, podemos, com mais serenidade, nos colocarmos esta questão: o que pretendo que seja, realmente, este novo ano? E, mais importante, o que me disponho a fazer para que seja melhor do que o anterior?
Muitos pensarão de imediato: vou me capacitar, para ser promovido, ganhar mais! É uma ótima ideia, principalmente pelo aspecto de crescimento profissional. Já outros dirigem seu foco para a saúde: vou fazer mais exercícios, me alimentar com critério, melhorar a qualidade de vida! Também uma excelente iniciativa. Há ainda aqueles que ambicionam aprimorar o seu relacionamento familiar: pretendo dedicar mais atenção à família, ficar mais tempo com minha mulher (meu marido), conversar com meus filhos, conhecê-los mais profundamente! Essa, então, é uma disposição fantástica! Tudo melhora, em termos individuais e coletivos, interior e exteriormente, quando a família ocupa seu devido lugar no nosso coração, na nossa mente, no nosso tempo.
Contudo, há mais vértices em que se pode progredir pessoalmente daqui para frente. Todo momento é um recomeço, um ano é feito de muitos desses reinícios. E o primeiro passo é restabelecer, se andamos afastados; aquecer, se estamos frios; reorganizar, quando nos embaralhamos pelas peripécias da vida; reinventar, posto que sentimos que pode ficar ainda melhor; enfim, buscar a intimidade com nosso Pai Deus. Lutar por manter-nos na Sua Adorável Presença continuamente, para que Sua Graça flua ininterruptamente em nós e por meio de nosso pobre ser.
São Josemaria costumava rezar essa oração que nos vem a calhar sempre: “Pai Santo, onipotente, eterno e misericordioso Deus: por intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, dou-te graças por todos os teus benefícios, também pelos desconhecidos”. "Porque, efetivamente, são mais os benefícios que nos passaram despercebidos, do que aqueles que conhecemos. Quem poderia contar as vezes em que o Senhor, com a sua paternal providência, nos livrou de perigos da alma e do corpo? Quem seria capaz de enumerar as graças que a Santíssima Virgem nos alcançou nestes meses?
Por isso, é natural e sobrenaturalmente lógico que procuremos manter uma constante atitude de agradecimento, do modo como São Josemaria exortava no começo de um novo ano: (...) Que estejamos sempre numa contínua ação de graças a Deus por tudo: pelo que parece bom e pelo que parece mau, pelo que é doce e pelo que é amargo, pelo que é pequeno e pelo que é grande, pelo que é pouco e pelo que é muito, pelo que é temporal e pelo que tem alcance eterno. Demos graças a Nosso Senhor pelo que nos aconteceu este ano, e também de certo modo pelas nossas infidelidades, porque as reconhecemos e nos levaram a pedir-lhe perdão, e a concretizar o propósito – que trará muito bem às nossas almas – de nunca mais sermos infiéis."
Depois dessa gozosa ação de graças, ficaremos mais preparados para os projetos -pequenos, práticos e constantes - a que nos propusermos. É tão bom lembrar, e até anotar, se não nos recordamos facilmente, tudo de bom que Deus nos propiciou no ano que passou. Também é saudável recordar o que não foi tão agradável, mas superado, e ainda os dissabores que não passaram, porém contamos com Sua ajuda para vencer nesse novo tempo de conquistas, como já foi dito, temporais e sobrenaturais. E sempre confiantes que nosso Pai do céu quer o melhor para nós, a cada instante.
Que seja constante para nós a prece do Santo Padre no Natal: "Para todos temos de ser luminárias que levem a Cristo (como desejava o Papa ao refletir sobre as luzes que adornam a árvore de Natal). Que cada um de nós – dizia – leve um pouco de luz aos ambientes em que vive: na família, no trabalho, no bairro, nas aldeias, nas cidades. Que cada um seja uma luz para os que tem ao seu lado; que ponha de parte o egoísmo que, com tanta frequência, nos fecha o coração e nos leva a pensar apenas em nós mesmos; que preste mais atenção aos outros, que os ame mais. Qualquer gesto de bondade é como uma grande luz desta grande árvore: junto com as outras luzes, ilumina a escuridão da noite, mesmo da noite mais escura."
(Citações extraídas da Carta do Prelado do Opus Dei do mês de janeiro)
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