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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli - Adolescentes - Como educar? (férias 1)

Neste mês de férias transcrevo aqui algumas perguntas feitas a Dra Mannoun e suas respostas, em um programa de TV. Peço aos amigos que quiserem fazer perguntas que aguardem suas respostas no mês de fevereiro.

A Adolescência é enfocada por muitas pessoas como um grande problema: “Ai, que coisa horrível ter um adolescente em casa!”, ou “Esses aborrescentes são impossíveis!”. Mas, na realidade, a Adolescência não é um problema, é um desafio: é um desafio e uma oportunidade. Por que um desafio?

Dra Mannoun: Porque, se em casa os que me assistem se sentarem entre duas cadeiras, vão perceber que essa posição é muito desconfortável. Pois bem, o Adolescente está no meio de duas cadeiras: uma é a da infância, a outra a da vida adulta. Uma hora dizem-lhe: “Você não vê que já é muito grande para fazer isso ?”, etc. etc.: é a cadeira do adulto; outra hora, falam: “Você ainda é muito pequeno para determinadas opções”, e assim está posto na cadeira da criança. São posições que realmente deixam desconfortáveis tanto o adolescente quanto os pais, a família toda.

A adolescência é uma fase da vida, não é a vida, e, portanto passa. A grande dificuldade – para o adolescente e para os familiares – está em se lembrarem de que vai passar! Portanto, é a hora da paciência. Adolescentes e pais, sejam pacientes: é a minha recomendação constante.
Vamos ver se a gente pode amenizar um pouco esta idéia de que a adolescência é um problema

Pergunta: Como evitar que a fase da adolescência seja aquela em que os pais se tornam insuportáveis? Se a adolescência passa e a paternidade é para sempre – pois a paternidade não é uma “crise” –, como podemos evitar ser esses pais insuportáveis em que nos transformamos durante a adolescência dos filhos?

Primeiro, os pais têm que ter, devem ter a tranqüilidade de saber que os filhos não são seus. O grande escritor Khalil Gibran, que é meu patrício, libanês – sou filha de libaneses –, já o dizia: “Os vossos filhos não são vossos”. Numa família em que Deus é o centro da vida familiar, os pais devem sempre pensar que os filhos são um “empréstimo” que Deus lhes faz.

Depois, pensar que eles são adolescentes, e que esta é apenas uma fase da vida, faz com que os pais se unam mais: que se unam em termos de exemplo de vida. É uma idade em que já se ensinou – em que já se deve ter ensinado aos filhos pequenos – as coisas mais repetitivas. Assim, quando chegam à adolescência, o que se deve fazer? Dar exemplo e ouvir mais do que falar.

Não vivam esse clima de “terrorismo” em família: “Que coisa horrível ter um adolescente em casa!” O adolescente é criativo. A sua grande diferença com relação à criança é que a criança cresce e não o percebe, ao passo que o adolescente cresce e tem consciência disso. Quer valer-se por si próprio, não quer mais ser o filho de Fulano e de Beltrana, quer ser ele mesmo. E, nessa busca da sua identidade, quer fazer-se valer também dentro de casa, porque é onde deve saber que será amado incondicionalmente.

Isso dará tranqüilidade aos pais e aos filhos. Vai haver altos e baixos, tem de havê-los, porque as pessoas não são gelatina: têm as suas personalidades, e o adolescente é uma personalidade que se abre para a vida. Em conseqüência disso, quer afirmar-se, e afirma-se contestando, e contestando quem? Os que ele sabe que vão amá-lo incondicionalmente, que são os seus pais. Portanto, fiquem serenos, não se aflijam, pensem sempre: a adolescência vai passar, esse é um momento, e esse momento,

Um comentário:

J.A.C. disse...

Dra, tenho mais duas irmas mais novas. Uma delas não está nem aí com nada e minha mãe não liga para isto. O que eu posso fazer?

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