logo

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Filmes para toda a família – parte 4 - Filmes para o Natal - 2

Continuando nossa série de artigos sobre cinema para a família.

Texto de: Rafael Carneiro Rocha

Na semana passada, falamos sobre como a imaginação dos cineastas se deixa levar pela riqueza dos símbolos natalinos. Em todos os gêneros narrativos, do faroeste ao terror, o filme natalino encontra a sua razão de ser.

No artigo de hoje, vamos falar sobre uma temática recorrente em diversos filmes situados na época natalina. É bastante comum a seguinte linha narrativa: num Natal qualquer, um evento absurdo e bastante fantasioso ocorre na vida de pessoas comuns, que vivem no mesmo mundo ordinário de todos nós.

Talvez, o filme natalino mais celebrado seja A felicidade não se compra (1939), de Frank Capra. James Stewart interpreta um homem comum que, desiludido com as armadilhas que a vida lhe pregou, recebe a visita de um anjo. O anjo lhe apresenta como seria a vida de sua cidadezinha se ele não existisse. Sem as ações cotidianas, porém grandiosas daquele homenzinho ordinário, o mundo à sua volta seria bem pior.

Mais recentemente, na mesma lógica narrativa de Capra, podemos recomendar o filme Um homem de família (2000). Nicolas Cage vive o presidente solitário de uma grande companhia de Wall Street. Numa noite de Natal, após topar com um misterioso personagem (possivelmente, um “anjo”) o executivo acorda na manhã seguinte numa casinha de subúrbio. Naquele universo paralelo, ele se casou com a sua namorada da faculdade, trabalha numa loja de pneus e tem dois filhos pequenos. No desenrolar do filme, o protagonista descobre que aquela vidinha prosaica tem mais sentido do que aquela de Wall Street.

Uma narrativa extra-cotidiana que ocorre entre pessoas do “mundo comum” na época de Natal também está em Trocando as bolas (1982). Nesta comédia um tanto ácida, recomendada mais para os adultos, Eddie Murphy e Dan Aykroyd são respectivamente um mendigo e um homem de negócios que, após a manipulação de dois cínicos apostadores, simplesmente trocam de identidade.


Outro filme memorável, e particularmente um dos meus preferidos, sobre um evento absurdo que ocorre numa família de “gente como a gente” é o Esqueceram de mim (1990). O que aconteceria se naquela correria de preparação para uma viagem com vários parentes, aquele menino problema de 10 anos fosse esquecido em casa?


E o que você se faria se, em plena véspera de Natal, um homem rico e solitário te oferecesse 250 mil dólares para passar a festa com a sua família? Esta é a proposta inusitada do filme Sobrevivendo ao natal (2004), com Ben Affleck.

No meu ponto de vista, não se trata de uma mera conveniência narrativa todos esses filmes serem ambientados na época de Natal. A origem de todos esses dramas tem o próprio sentido da novidade cristã, aquele evento singular que ocorreu na história de pessoas comuns. Os filmes substituem o sagrado pelo fantasioso, mas de todo modo, dizem respeito a um sentido nato de nossas almas. Aquele sentido de descobrir as coisas mais grandiosas no aparentemente pequeno ou insignificante.

5 comentários:

Clara disse...

"Esqueceram de Mim"! Um dos meus favoritos!
Um outro dessa época que também é muito bom é "Milagre na Rua 34".
Abraços e Um feliz Natal!

Claudia L disse...

Eu adoro o filme ", já vi várias vezes. " Um homem de família", muito bem feito e divertido.
Suas sugestões são muito boas.

Rafael disse...

Oi Clara. Esqueceram de mim é um clássico. Dizendo isso, eu descubro que estou ficando "velho", porque eu vi esse clássico quando eu era garoto, na época em que foi lançado, hehe.

Obrigado, Claudia. Um homem de família tb deve virar um "clássico". É um filme bom que agrada a quase todos.

No mais, um Feliz Natal para todos.

Liana Clara disse...

Rafael, eu como estou na fase de comédias, cinema só para me divertir, eu apoio a recomendação do "Sobrevivendo ao natal", com Ben Affleck. Filme leve e despretencioso, mas que nos tira umas boas risadas.
Feliz Natal a todos!

Rafael disse...

Ah, Liana... De vez em quando é bom ver um filme russo, preto e branco, de 3 horas de duração, sobre os dilemas da condição humana. hehe.

Postar um comentário