logo

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Aprendendo a lição


Se tem uma coisa que aprendi com os meus filhos, foi a ter muito – muito mesmo – cuidado e cautela com o que dizemos e fazemos. Um dia, tudo pode ser usado contra nós! Mas foi preciso muitos “micos” e “saias justas” para aprender a lição. Pior é saber que é quase impossível conseguirmos evitar situações constrangedoras, quando temos crianças. Afinal, ser mãe é – também – passar vergonha e viver momentos embaraçosos!

Tenho vários exemplos pessoais para contar, daria até um livro de comédia (ou de piada). Mas, como o espaço não permite, escolhi uma – das muitas – do André, o nosso primogênito.

Felipe, meu esposo, sempre teve o costume “carinhoso” de chamar as irmãs de “cabeção”. É num tom de brincadeira e descontração, portanto, ninguém se chateia com isso. No início do namoro, estranhei bastante essa forma de tratamento entre eles, mas, com o tempo, acabei me acostumando. Mesmo assim, ele nunca me chamou dessa maneira. Ou, pelo menos, não durante o namoro. No entanto, depois de um tempo de casados, quando já éramos pais – do André –, essa palavrinha nada delicada começou a ficar comum entre a gente. Também, com um tom leve, descontraído e brincalhão.
Como era de se esperar, quando o André aprendeu a falar, logo pegou o costume. Soava bem engraçado, embora eu sempre pensasse (ou soubesse!) que, cedo ou tarde, isso acabaria nos metendo em “confusão”. O que, de fato, aconteceu!

Eu estava no início da gestação do Pedro, o nosso segundo filho. Felipe, André – que tinha menos de três anos – e eu aguardávamos para fazer o primeiro ultrassom, em uma clínica de imagem. Sentada bem em frente a nós, na recepção, havia uma discreta e simpática senhora, acompanhando um senhor bastante idoso. Logo, ela e o André se entrosaram. Vez ou outra ia até ela, que lhe mostrava uma revista, sorria e conversava baixinho com ele. Estava tudo indo muito bem, até o André resolver elogiar a bondosa senhora! E, entre tantos adjetivos que ele conhecia, adivinhem qual escolheu? Sim! “Cabeção”!

Meu lindo e inocente filho caminhou até nós, virou-se para a nova amiga, apontando em sua direção, e soltou, em alto e bom som: “Mamãe, ela é cabeção”!

Fiquei tão envergonhada, que não soube como reagir. Acabei fingindo que não havia entendido, o que foi péssimo! Isso porque ele repetiu – mais de uma vez –, ainda mais explicado. Se antes existia uma mínima chance de ela não ter compreendido, agora essa possibilidade se dissipara!  Graças a Deus que o meu marido estava presente e tomou a iniciativa de – tentar – remediar a situação. E o coitadinho do André teve que se desculpar, mesmo sem ter feito nada de errado. Afinal, para ele, “cabeção” não tinha uma conotação ruim, já que os próprios pais se tratavam assim, entre sorrisos e beijos.

Depois de tudo, naquele mesmo dia, explicamos que “cabeção” era uma palavrinha nossa, e de mais ninguém, e só poderíamos usá-la em casa. Ele compreendeu e obedeceu. Com o tempo, todos nós acabamos perdendo o costume!

Por ora, aprendemos a lição! Desde então, pensamos duas – mil – vezes antes de escolhermos e colocarmos apelidos uns nos outros!

Um comentário:

Pat Carol disse...

Grande chance de bom aprendizado! Infelizmente, nem sempre se compreende algum apelido "familiar", e em geral, não sendo algum terminado em "INHO",(fofinho,bonzinho, lindinho), às vezes atrapalham mesmo! rs rs rs

Valeu pelo alerta!
ABRAÇÃO! ("abracinho" não é tão carinhoso neste caso, né?)
Pat

Postar um comentário