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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Quando a mãe faz falta

Filho nenhum gosta de ver sua mãe doente, nem o marido também. Todos se unem em cuidados para que ela fique boa o mais rápido possível. E quando o tempo passa e ela continua doente, aí a coisa muda de figura. E cada um reage de uma forma diferente.

Já ouvi filho falar que a mãe não está se tratando direito, porque quer ficar doente; outra dizendo que a mãe não se cuida e se cansa, e assim  cansa a todos ao redor. Que fique claro, isso não acontece em minha casa.

O foco está na questão de os filhos julgarem a mãe um ser acima de qualquer problema, imune a todo e qualquer mal, a figura central do lar e da família. Quando percebem, porém, que ela não tem esse poder todo, e que é um simples mortal como qualquer outro, aí então todos tremem nas bases, há uma ruptura das estruturas, e cada um se segura como pode, e, nesse abalo, muitos se revelam . Uns mostram seu equilíbrio pessoal, suas virtudes desenvolvidas ao longo dos anos, ao lado dessa mãe; outros expõem sua imaturidade, não aceitando a situação e tornando as coisas bem piores do que possam estar.

Mãe deveria sempre ser tratada com carinho, paciência e amor filial; quando não a temos mais é que podemos ver com clareza o quanto faz falta e como era bom tê-la, mesmo com suas deficiências.
A figura materna é importante não só pelo que faz fisicamente, com seu trabalho do dia a dia, mas também pelos conselhos, pela companhia, pelo ombro e ouvido amigo.

Porém, existe uma etapa na vida dos filhos, no final da adolescência, quando a mãe parece ser apenas um robô serviçal que, de preferência, não deve falar, só agir, e, NUNCA dizer “Eu te avisei!”. Essa atitude se modifica quando os filhos casam e constituem suas próprias famílias, e têm seus filhos para educar e criar. Nesse momento, voltam a nos ver como amigas confiáveis, com quem podem contar sempre.

Parece triste essa constatação, pelo menos um tanto melancólica, talvez seja fruto de tanto ouvir mães se queixando de que, quando os filhos crescem, e estas pensam que terão amigos, aliados, eles se fazem distantes e buscam outros ouvidos para desabafar;  se esquecem de seu tempo de criança, quando corriam para o colo da mãe ao ouvir uma trovoada, ou ao acordar à noite, depois de sonhos agitados.

Tudo isso faz parte da vida, é natural que seja assim, não é para desanimar-nos como mães. É só esperar com paciência e saber ir remanejando o tempo que nos sobra para outras atividades, nesta nova vida após a maternidade.

Reparem que o homem é o único mamífero totalmente dependente da mãe nos seus primeiros meses de vida (ou anos). Por isso formamos uma ligação muito forte e ao chegar o momento de soltá-los, tudo fica mais difícil. E custamos para perceber a hora certa para deixá-los seguirem sozinhos, confiando no amor e na educação que receberam de nós.

Muitas mães que trabalham fora dizem que, quando o filho chegar à adolescência, então vão parar de trabalhar para fazer mais companhia a ele. A estas gostaria de contar um segredo: o momento certo passou. É irônico, mas nesta fase é quando menos nos querem por perto, apesar de ainda precisarem e muito. É um tempo perigosíssimo, ainda mais com a internet, drogas, libertinagem, companhias. Eles podem até colocar gente estranha dentro de casa quando sozinhos. Mas a infância é justamente o melhor tempo da vida deles, o momento ideal para passarmos valores e para sermos ouvidas , para formarmos melhor nossos filhos para a etapa seguinte, da puberdade. Esta poderia ser a chance para começarmos a procurar um trabalho fora, Assim teríamos tempo para estar supervisionando os filhos jovens e ver o produto do que investimos em  longos anos de dedicação.

A mãe sempre será necessária, quer eles queiram ou não, por isso nunca devemos nos intimidar com seus ataques de independência, e podendo, jamais negligenciá-los, quer na infância, quer na adolescência, por toda a sua vida, que é a nossa também.

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