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quinta-feira, 8 de março de 2012

APROPRIAÇÃO POSSESSIVA (2ª parte)

Autora - Dora Porto
Continuação do dia 6/3/2012

Uma pessoa é um ser inteligente, que está obrigado a pensar por conta própria, senão não é uma pessoa, mas um manequim, uma boneca, e não alguém que livremente se entrega a quem quer.

Os especialistas observam que "na apropriação possessiva não se respeita o corpo do outro". Se isso acontece, respeitarão por acaso as suas opiniões, a sua forma de pensar e de ser? Numa palavra, o seu espírito? E por não se respeitar, pode um cônjuge entregar a outro aquilo que não reconhece nem respeita?

"É, PORTANTO, NECESSÁRIO QUE ANTES DE ACUSAR, OU CULPAR, O CÔNJUGE PELA APROPRIAÇÃO POSSESSIVA, CADA UM REFLITA NA SUA PRÓPRIA ATITUDE. QUEM SE DEIXOU POSSUIR E QUEM TENTOU POSSUIR PODE E DEVE REVER O SEU COMPORTAMENTO."

"QUANDO O CORPO É TRATADO COMO OBJETO, IMPEDE-SE QUE ELE POSSA DOAR-SE, PORQUE OS OBJETOS NÃO PODEM DOAR-SE."

Quando amamos de verdade alguém, queremos que cresça, que se desenvolva, que ganhe plenitude pessoal. Amar é querer o bom da pessoa que se ama. E o que é o bem, se não o crescimento harmônico me todas as suas dimensões?

Porém, isso não significa que se deva impor a sua vontade à pessoa que se ama. Menos ainda remodelar ou reconfigurar a estrutura psíquica dessa pessoa, segundo o que o cônjuge entenda como bom. ISSO NÃO É AMAR.

A DOAÇÃO É CONDIÇÃO E CONSEQUÊNCIA DO AMOR, MAS PARTINDO DA LIBERDADE PESSOAL.

Querer modelar a pessoa a seu gosto é o pior negócio que se pode realizar! E isso é válido não só no contexto dos esposos, mas também no dos filhos. Há amor quando da doação mútua se cria um "nós", que é mais rico e mais poderoso que uma pessoa solitária, pois é enriquecido pelo relacionamento.
Extraído da revista SER FAMÍLIA - Ano II - Nº 9

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