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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Prepare o seu futuro (1) - valorize sua família

Por Maria Teresa Serman

Vivemos nossa vida como se não houvesse o mais tarde. Podemos ser precavidos em relação a pecúlios e previdências privadas, mas negligenciamos nosso futuro afetivo. Não procuramos investir no amor que temos, de modo que ele nos proteja em tempos mais difíceis. E, sem dúvida, o que colhemos na maturidade e na velhice depende diretamente do carinho que prodigalizamos ao longo da vida.

Quando se vêem idosos abandonados em casas geriátricas, sem visitas de parentes, é comum acusar de ingratos filhos e netos, sem atentar para a história anterior do relacionamento familiar. Não que não haja abandono e descaso por simples negligência, e nem deveria haver nada do gênero, mas, na absoluta maioria dos casos- quem trabalha no meio sabe bem - a causa está na reciprocidade. Lembram da frase de S. João da Cruz, citada em texto passado, "Põe amor e encontrarás amor" ? Pois é, a fórmula não é matemática; porém, quase infalível. Se, com o passar dos anos, a tendência é ficarmos mais teimosos, ranzinzas e pessimistas, podemos começar por ir contra a corrente, contrariando desde cedo essa "obrigatoriedade": vamos procurar ser mais dóceis, otimistas e generosos.

Não dá para confiar somente no bom gênio de cada um, é preciso lutar e combater a deteriorização que os anos trazem ao humor. Sei que há jovens já azedos e rabugentos, assim como anciãos alegres e benfazejos. São estes uma benção para suas famílias, pois aliam ao tesouro de sabedoria que carregam uma roupagem atraente que faz com que todos queiram beber desse elixir de juventude. São estes os pais que criaram com amor e presença seus filhos, sem economizar tempo ou trabalho para lhes demonstrar o quanto eles e Deus os ama. São estes também os filhos que cuidaram com detalhes de delicadeza dos seus próprios pais, e, por isso, conforme a promessa sagrada, "terão vida longa sobre a terra". São ainda os que não se limitaram ao núcleo mais íntimo, mas foram além, e seu afeto alcançou tios, sobrinhos, amigos, colegas, empregados.

E se descobrimos casais que continuam caminhando juntos pela vida e pelas calçadas esburacadas, apoiando-se um no outro, com a marca inconfundível da fidelidade entrelaçando os braços, podemos ter certeza de que isso deve ter lhes custado muito em vários momentos do seu conto de amor. Contudo, perseveraram e podem desfrutar agora desse companheirismo que aquece seus corações. Felizmente todos nós conhecemos e, grande benção! , temos a honra de ter alguns desses esplêndidos exemplares da espécie humana em nossa família. Dá para continuar acreditando na humanidade, é uma prova palpável da existência de um Pai que ensina seus filhos a amar até a eternidade. Desculpem se sou piegas, mas o tema é, realmente, um negócio de família. E, para completar a pieguice, dedico este texto a meus pais e a meus sogros, as minhas bênçãos mais próximas. Dediquem vocês também, em seus corações, aos que incluem nesse quadro, vivos ou não, e vamos procurar imitá-los.

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