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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Falhas que fazem crescer - parte 1

Escrito por Luz Edwards.

No relacionamento do casal, sentir que feriu o outro não nos deve deprimir ou estagnar. Devemos tomar como um puxão de orelhas da vida, e aproveitar para reparar o mal e analisar as causas.

Quando duas pessoas partilham um lar, filhos, responsabilidades, tempo, dinheiro, amigos, são infinitos os momentos alegres que podem viver. Porém, igualmente infinita pode ser a lista dos maus momentos, provocados por erros, descuidos ou simplesmente por diferenças naturais de cada um.

Essas diferenças ou brigas são normais e não têm porque prejudicar a
relação. Na verdade, o que desgasta é não sermos capazes de reconhecer quando tivemos culpa e não sabermos corrigir de maneira apropriada o dano que causamos ao outro.

Atitude positiva diante do erro
A culpa é ter a responsabilidade das consequências negativas de um ato ou omissão. O culpado pode adotar várias posições e essa atitude vai depender, em grande parte, do maior ou menor distanciamento que causa o erro. Algumas formas erradas para assumir a culpa são as seguintes:

Minimizar o acontecido: pensar "Já fiz, não tem mais nada que eu possa fazer!", ou achar que o outro é que é suscetível demais.

Reagir enfurecido: sentir-se atacado pela reclamação do outro. Assim, os papéis se invertem e o culpado acaba irritado com a "vítima". No fundo, porque o fato obrigou o autor a analisar o próprio comportamento e isso o faz se sentir mal.

Ficar com remorso: chama-se "culpa persecutória", pois o culpado se recrimina várias vezes por seu erro, não consegue perdoar a si mesmo. Este tipo é muito perigoso, pois enche o relacionamento de tristeza e aumenta a distância entre os dois.

Não ver a culpa: algumas pessoas simplesmente não têm idéia (ou se recusam a ter) de que fizeram algo errado; então, não se sentem culpados, não entendendo, assim, a reclamação do cônjuge. Outros se esquivam da culpa justificando suas ações ou buscando atenuantes.

A culpa correta
Em contraste, há uma maneira de lidar com a culpa que é positiva e traz uma importante oportunidade para melhorar como indivíduos e como casal. É uma atitude perante a vida que consiste em aceitar que podemos magoar os outros e fazermos mal a nós mesmos. Ou seja, uma falha que não desvaloriza a pessoa por estar errado, pois é inerente ao ser humano. Isso não significa perder a batalha ou usar como pretexto a imperfeição humana, mas reconhecer o que somos. É bem diferente, não podemos confundir, com adotar a postura arrogante de "Eu sou assim mesmo, quem não gostar, paciência."

A CULPA SAUDÁVEL envolve também assumir a responsabilidade desses erros e tentar repará-los. Isso é possível porque o foco não está em si mesmo - “Que mau marido sou eu!" , mas no outro - "O que eu posso fazer para minha mulher ser feliz outra vez?". É uma culpa que vem com esperança, visão de futuro, pois pressupõe luta para melhorar. Isso não acontece quando a pessoa está apenas pensando no que aconteceu, no que deveria ser feito, o que teria acontecido se tivesse dito outra coisa - desta forma, a culpa faz com que percamos nosso presente, nos prende ao passado e ao erro.

Olhar com os olhos do outro - Em alguns casos o erro é óbvio e os culpados, também. Por exemplo, se o encarregado de buscar a criança na a escola não foi. Mas em outras situações, o erro é subjetivo e tem a ver com o modo de ser e as necessidades particulares de cada cônjuge. Então, o que incomoda um não tem de incomodar o outro, ou pelo menos não com a mesmaintensidade.

Portanto, conhecer e aceitar o cônjuge é essencial. E, por isso, cada erro ou desencontro é uma OPORTUNIDADE: evidencia a necessidade de olhar com mais atenção o outro. Muitas brigas incluem a frase "Não consigo entender porque você se incomoda tanto com isso!" E a verdade é que você não pode ditar o que é importante ou não para o outro. Em certos casos, poderá se tratar de somente os seus próprios critérios, mas primordialmente os do cônjuge.
Hacer família

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