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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A Prudência - uma desconhecida - na educação dos filhos

Texto de Maria Teresa Serman

A prudência, nome intimidador à primeira vista, para aqueles que não são íntimos, é uma das virtudes fundamentais. Na verdade, a base de todas as outras.

Para os que não o que conhecem, apresento também Santo Tomás de Aquino, um dos maiores gênios que o mundo já teve a felicidade de produzir, autor da SUMMA TEOLOGICA. Recomendo sua leitura, pois, longe de ser algo maçante e abstrato, como poderia o nome sugerir, é extremamente prático para a luta constante do homem para se tornar melhor.

Bom, como a prudência entra na desafiadora experiência de educar os filhos? Não pretendo defini-la(quem quiser, consulte a obra indicada), mas transmitir algumas diretrizes sobre como encaixá-la no nosso afã de educadores.

Para começar, todos queremos o bem dos nossos filhos (eu disse BEM, assim mesmo, em maiúsculas, não um bem qualquer, ou bens, que anda sendo o mais comum). Isso estabelecido, voltamos ao filósofo, que afirma que "a realização do bem pressupõe o conhecimento da verdade". Não basta "boa intenção" ou "boa vontade", embora sejam auxiliares primordiais. A realização do bem pressupõe a conformidade de nossa ação à situação real, reafirma StºTomás.

Daí que informar-se sobre as atividades, amizades, contatos infra e extra internet, lugares, e tudo o mais que faz parte da vidas dos filhos é condição básica, pré-requisito para um pai ou mãe que quer sê-lo como deve . Este papo, já manjado, desculpem a gíria ultrapassada, de dizer que confia no filho, ou na educação que lhe deu, nada mais é do que não querer gastar tempo e as famosas células cinzentas com o que nos compete. Crianças e adolescentes merecem, precisam e reivindicam, mesmo que subliminarmente, ou através de recursos extremos (agressividade, baixo rendimento escolar, cinismo e outras demonstrações), a supervisão e a autoridade dos pais em sua vida.

Esse é um outro gancho para a velha amiga prudência. Continuando, " o essencial para ela é que este saber da realidade seja transformado em império prudente, que imediatamente se consuma em ação". "(...)há duas maneiras de ser "rápido" ou "lento": ao deliberar e ao fazer. Se na deliberação convém demorar-se, a ação deliberada deve ser rápida".

Logo se vê que StºTomás, monge dominicano, nunca teve filhos. Na maior parte das incontáveis e cotidianas vezes em que temos que decidir, precisamos avaliar rápido e decidir, é verdade.
Mas, falando sério, sempre nos resta um tempo para ponderar antes de decisões mais sérias.

Quando um dos seres a quem demos vida pede(quando não pretende somente comunicar) para fazer um programa que consideramos perigoso, inadequado, francamente nefasto, devemos recorrer ao recurso mágico do "Vamos pensar e logo lhe daremos a resposta". É uma varinha de condão que a prudência, boa fada madrinha, nos concedeu para ganhar tempo e avaliar melhor.

"A faculdade de captar, de uma só olhada, a situação imprevista e tomar no mesmo instante a nova decisão constitui um dos ingredientes da prudência perfeita". Ulalá!, não é que a filosofia fez um resumo do que nós pais, travestidos de eternos "Salomões", temos que fazer sempre, e não dá para partir a criança ao meio(não é idéia minha, qualquer dúvida leiam, na Bíblia,no livro 1ºdos Reis, cap.3,versículo 16)?

Felizmente temos bom senso, mas precisamos aprimorar constantemente nossa consciência do que é certo, pois "em certo sentido, consciência e prudência vem a significar a mesma coisa." Consultar a consciência para o que se deve fazer, não escolhendo o que é mais fácil, prazeroso, para nós ou para eles, e muito menos o que "todo mundo faz", porque "não adianta remar contra a maré", é uma questão de "evolução".

Remar contra a maré é o que fizeram e fazem os grandes homens e mulheres que não se satisfazem em viver na mediocridade do que a mídia tenta impor ou se recusam a aceitar passivamente o conceito divulgado "ad nauseam" de que concordar com a maioria é viver modernamente. Nossos filhos merecem pais prudentes, destemidos, fortes, que lhes dêem um norte, um caminho claro a seguir. É para isso que eles nos foram enviados.

3 comentários:

Paula Serman disse...

Agradeço aos meus pais por terem tido essa prudência "revolucionária" ao educarem a mim e aos meus irmãos! Admiro e quero imitar a atitude ponderada e os "nãos" que recebi! Parabéns pelo artigo, Mãe!

Liana Clara disse...

Esta com o balão cheio, né Paula?? Também com uma mãe dessas é para estar. Beijos e obrigada pelas participações, são sempre bem vindas.

Viviane disse...

De fato, nos dias de hj, os pais se sentem pressionados a deixar os filhos agirem como os demais, temendo serem repressivos. A repressao é ruim, mas a libertinagem tb é. É preciso pedir a Deus sabedoria para criar nossos filhos com coragem e prudência.

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