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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

EmContando – 15 - O outro Rei Mago

Por Agnes G. Milley
Procurava uma boa  história para esta semana quando minha neta Mariana, de dez anos, sugeriu que fosse a que ela acabara de ler. “É muito longa”, eu disse. “Eu resumo. Vou contando e você digita, que tal?”  

Foi assim que a escolha recaiu sobre essa antiga lenda russa recontada muita e muitas  vezes, tornando-se até tema de um belíssimo filme. O livro que Mariana leu, leva o título de O MAIOR DOS PRESENTES – A história do outro Rei Mago adaptada por Susan Summers –Editora Ática 2002.

O  outro Rei Mago

Há muito tempo existia um homem chamado Artaban. Ele era muito rico e tinha muitos tesouros. Ele tinha três amigos: Gaspar, Baltasar e Melchior. Os quatro estudavam as estrelas esperando que um dia um fenômeno acontecesse. Um dia os quatro estavam olhando o céu e viram uma estrela nova, radiante como o sol. Pelos seus estudos sabiam que o Rei dos Reis havia nascido. Combinaram de se encontrar no Templo das Sete Esferas, bem longe dali, na Babilônia.

Começaram os preparativos. Artaban  vendeu seu castelo em troca de um rubi, uma safira e uma pérola para presentear o Rei dos Reis. No dia seguinte, ainda muito cedo, pegou seu melhor cavalo e partiu para a Babilônia.

 Finalmente, depois de dez dias e dez noites ele cruzou as portas da Babilôbia, mas ao passar por um campo seu cavalo parou. Ele desceu e viu um homem quase morto na estrada. Artaban ficou com pena e resolveu ajudar.  Misturou um punhado de ervas medicinais a um pouco de água e deu ao homem. Depois de dez dias Artaban disse ao homem, quase  curado:  “Eu vou me embora, mas vou deixar um pouco de minha comida e ervas medicinais com você. “ O homem disse: “ Que Deus te abençoe e te dê a paz, mas o Rei dos Reis nascerá em Belém e não em Jerusalém. Então Artaban partiu dali.

Depois de algum tempo, chegou ao Templo, mas não viu nenhum de  seus amigos lá. Encontrou um punhado de pedras e enterrado debaixo delas havia um pergaminho dos reis para ele. Estava erscrito: “Artaban, não pudemos esperar mais. Vamos ao encontro do Rei dos Reis. Artaban olhou para o vasto deserto. Como poderia atravessar o deserto todo sem comida e com o cavalo cansado? Teria que voltar para a Babilônia e comprar uma caravana de camelos e comida. Vendeu a safira e comprou o que precisava. Foi uma viagem árdua pelo deserto.

Quando ele estava passando pela casa de uma jovem mulher resolveu entrar para saber o que estava acontecendo por lá. A mulher contou que três homens haviam passado e dito que encontraram o Rei dos Reis e o presentearam.

De repente as mulheres saíram de suas casas gritando: “Os soldados de Herodes vão matar nossos bebês. A jovem ficou muito assustada e se escondeu no canto mais escuro da casa. Artaban foi para a porta da casa quando um guarda já ia entrando e disse: “Estou sozinho aqui. Se me deixar em paz, vou te dar este rubi.” O Guarda não entrou. A mulher agradeceu a Artaban e disse: “Deus te abençoe meu bom rapaz”.
Artaban procurou por muito tempo o Rei dos Reis. Um dia encontrou um mago  que lhe disse: “O Rei dos Reis nasceu entre os pobres e humildes”. Então, foi entre eles que Artaban foi procurá-lo
.
Já fazia “trinta e três anos  que Artaban procurava o Rei dos Reis e ajudava os pobres. Ele ia fazer sua última busca por Jerusalém. Quando chegou às portas viu uma multidão de pessoas e perguntou a um rapaz:”O que está havendo aqui?” O rapaz respondeu:” Você não sabe? Vai haver uma crucificação de dois ladrões e um homem que se diz filho de Deus.” Então Artaban percebeu que aquele era o Rei dos Reis e foi correndo entregar a pérola a Pilatos, o Governador, para tentar salvar a vida do Rei dos Reis.

 No caminho encontrou uma moça que lhe pediu:”Por favor, tenha piedade de mim, tenho dívidas a pagar e vão me matar porque não tenho dinheiro. Artaban se viu diante de uma difícil decisão: salvar a vida da moça ou salvar a vida do Rei dos Reis. Ela sabia que Deus ia preferir que ele salvasse a moça porque o destino era que o Rei dos Reis fosse crucificado. Mas, de repente, o céu começou a ficar preto  e a terra tremeu antes de Cristo morrer. Caiu uma telha em Artaban. A moça achou que ele estivesse morto, mas ele ainda estava respirando um pouco. Então uma voz suave desceu do céu e disse: ”Não te preocupes Artaban, quando eu estava com sede   me deste de beber e quando eu estava com fome,   me deste de comer. A cada vez que ajudaste a um de meus filhos, por mais pobre ou indefeso, estavas me ajudando, e    me verás sim, só que no reino dos céus. Artaban deu um último sorriso de alegria.

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