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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli - Adolescentes - Como educar? (férias 3)

Neste mês de férias transcrevo aqui algumas perguntas feitas a Dra Mannoun e suas respostas, em um programa de TV. Peço aos amigos que quiserem fazer perguntas que aguardem suas respostas no mês de fevereiro.

Pergunta:Quando um filho entra na adolescência, é comum que os casais comecem a desentender-se a respeito dele. O que você sugere, você, com tanta experiência em conversar com os pais, em conversar com os Adolescentes: o que você sugere aos pais para manter a harmonia?

O adolescente é inteligente, e pode às vezes fazer um “jogo” se perceber que os pais não se estão entendendo em relação a ele ou ela. Pode começar a fazer o joguinho do “papai deixou, mamãe não deixa, papai é que é bom, mamãe não é”, e vice-versa. O que nós devemos fazer, não só nesses casos, é ajudar cada vez mais os casais a serem um, a falarem a mesma linguagem. Sempre que “o papai quer deixar” e “a mamãe não quer deixar”, eles devem resolver isso antes, entre os dois, sem deixar que os adolescentes percebam que estão em desacordo. Um e outro dirão, por exemplo, ao filho: “Vamos esperar o papai e resolvemos juntos”, ou: “O que a mamãe achou disso? Vou conversar com ela”.

Realmente, às vezes, um é mais rígido, o outro é mais flexível, mas uma vez que os dois se entendam, podem negociar. Negociar é uma palavra muito interessante com os adolescentes: negociar tal assunto, tal permissão, tal retorno, tal companhia. Não é negociar no sentido de “chantagear”, mas negociar para que se veja o ponto de vista do outro; porque os adolescentes muitas e muitas vezes têm razão, e vão-nos ensinando muitas coisas.

Pergunta: Segundo a educação de quarenta anos atrás, os filhos obedeciam cegamente aos pais; hoje, os pais têm que obedecer aos filhos. Gostaria de saber quem está certo, se os pais de antigamente ou os pais de hoje”

Neste tema, a gente pode ficar a meio caminho. Nem tanto, nem tão pouco; porque hoje realmente se fala muito da “tirania dos filhos”. Os pais não podem submeter-se aos desejos dos filhos; afinal, viemos ao mundo antes deles... Os adultos devem ter senso crítico, devem ter autoridade, devem ter a experiência de vida suficiente para dar as indicações adequadas aos filhos, que pisarão onde eles pisaram.

A meu ver, a educação mais rígida e acompanhada de explicações oportunas e com bons modos, é preferível à uma educação permissiva, porque, quando a gente obedecia “cegamente”, como diz o telespectador, costumava dar mais certo do que hoje. Quando os pais se submetem, a gente se pergunta se não o fazem apenas por comodismo. Talvez pensem que é mais fácil não expor as próprias razões, ou talvez, no fundo, não estejam muito convencidos do que vem a ser a autoridade. No entanto, esse é um detalhe muito sério, porque a educação tem de ser baseada em limites. Se nós não estabelecermos limites, pensemos : que será de um mundo onde todos acham que podem fazer tudo? Fica difícil, realmente.

Portanto, nem aquela rigidez absoluta de há quarenta anos, nem, principalmente, de modo algum!, a obediência que os pais prestam aos filhos. Isso não é correto, não é bom. Até porque, os pais têm mais vivência, mais experiência de vida.

E os filhos ficam inseguros quando percebem que os pais estão fazendo o que eles querem. Sentem-se inseguros e não amados. Percebem isso como indiferença dos pais, e sofrem.

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